No Líbano, Brasil critica uso da força em território sírio
Durante visita ao Líbano, o chanceler brasileiro, Mauro Vieira, disse nesta terça-feira (15), que não se pode pôr fim ao conflito na vizinha Síria "pela força".
A declaração vem no momento em que os EUA acusam a Rússia de preparar uma base aérea para operações militares na Síria, e a coalizão liderada pelos americanos segue sua ofensiva contra o Estado Islâmico (EI).
"Não se pode pôr fim à crise síria pela força, mas por um diálogo que garanta uma representação justa dos componentes da sociedade [síria]", disse Vieira, segundo a agência nacional de notícias libanesa.
O ministro expressou sua repulsa ao terrorismo, assinalando que o país "apoia as negociações pacíficas".
A frase de Vieira mantém a posição do Brasil, de resolução do conflito pela via diplomática. Não fica claro, porém, quais os "componentes da sociedade síria" que deveriam fazer parte do diálogo defendido pelo Brasil.
Em Beirute, Vieira se reuniu com o premiê Tammam Salam e o chanceler libanês, Gebran Bassil.
Os dois ministros conversaram sobre a crise dos refugiados sírios –4 milhões já deixaram o país desde 2011. Destes, 1,1 milhão estão no Líbano. O brasileiro reforçou a fala da presidente Dilma de que o país está "de braços abertos" para receber os refugiados. Hoje, há 2.077 refugiados sírios no Brasil, quase 25% do total do país.