Painel do Leitor
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Campanha de Dilma
A reportagem "Ministro do TSE pede ação contra campanha de Dilma" ("Poder", 22/8) trata da questão como se fosse uma ação de qualquer ministro do Tribunal Superior Eleitoral. Mas diz respeito, mais uma vez, ao ministro Gilmar Mendes. Foi integrante do governo do PSDB e nomeado por Fernando Henrique para o STF. Tendo em vista as conhecidas ligações dele com aquele partido e o interesse do PSDB nesse caso, é óbvio que Mendes não poderia participar desse caso. A suspeição é evidente, mas parece não chamar a atenção do jornal.
Roberto Lourenço (Jaboticabal, SP)
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Seria mais sensato se ministro Gilmar Mendes, como um competente juiz, investigasse também a origem do dinheiro das campanhas de Aécio Neves, Geraldo Alckmin, José Serra, Tasso Jereissati, Ronaldo Caiado e outros. Soaria mais transparente e apartidário. Caso contrário, acreditaríamos nos boatos de que sua conduta tem conotação política.
Vitor Pileggi Sobrinho (Ribeirão Preto, SP)
Brasil em crise
A manifestação organizada por CUT, MST e UNE estava muito seletiva. Onde já se viu execrar Eduardo Cunha, mas poupar outros envolvidos na Operação Lava Jato, como Gleisi Hoffmann, Lindbergh Farias, José Dirceu e João Vaccari? Pelo jeito Antônio Prata vai ter de escrever uma segunda parte da sua coluna do último domingo ("Por quem as panelas batem", "Cotidiano", 16/8).
Geraldo Magela da Silva Xavier (Belo Horizonte, MG)
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Embora a presidente Dilma tenha anunciado uma redução pífia nas contas de luz, o governo federal negocia com as hidrelétricas a divisão do ônus de adversidades climáticas que resultem em aumento de custo na geração de energia elétrica. A União joga, uma vez mais, a conta no colo dos consumidores. No curto prazo pode haver redução. Mas havendo escassez hídrica ou erro no planejamento de geração e distribuição de energia, empresas e a população em geral ficarão com a fatura mais alta.
Willian Martins, publicitário (Guararema, SP)
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Depois de ler "Girafa é produto?" ("Mercado", 21/8), desisti. Este país não tem mesmo nenhuma chance de dar certo.
Milton Akira Kiyotani (São Paulo, SP)
Chacina em São Paulo
A Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA sabe quantos brasileiros morrem por dia nos corredores dos hospitais do SUS ("Comissão da OEA cobra investigação de chacina na Grande SP", folha.com/no1672248)? Ou será que este órgão só defende bandido? Na noite dos crimes, morreu alguém dentro de igrejas, em escolas de curso noturno? Parece que não! Não seria hora de a OEA se preocupar com a construção de escolas para colaborar com o país? A solução efetiva a médio e a longo prazo passa pela construção maciça de escolas!
Marcos Sgaraboto (Brasília, DF)
Porte de drogas
Todas essas catástrofes que esse pessoal contra a liberação da cânabis anuncia são argumentos falaciosos e sem nenhum embasamento empírico ou científico. Os discursos inflamados são script de novela ruim com as habituais explosões de sentimento. As evidências de que a liberação irá aumentar o consumo é pura adivinhação. O senhor Davi Azevedo, da Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas, poderia nos informar quantos morreram assassinados pelo uso do álcool em 2014 e quantos morreram pelo uso da cânabis? Os sofismas desse pessoal contra a liberação são patéticos.
Paulo Hase (Araci, BA)
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Robson Rodovalho, em "Sobre drogas e masmorras" (Tendências/Debates, 19/8), esqueceu-se de que, atualmente, motoristas de ônibus e controladores de voos podem, por um azar do destino, ir trabalhar bêbados. Devemos, então, começar a pensar numa criminalização do consumo de álcool? Apesar do posicionamento ponderado, divergente da virulência costumeira dos discursos contra a legalização do consumo de drogas, o bispo Rodovalho falou mais do mesmo. Utilizar apenas a questão da dependência química na discussão sobre a guerra às drogas é de um reducionismo que já deveríamos ter superado.
Wellington Alves Marabeis, estudante de direito (Campinas, SP)
Crise hídrica
A Agência Nacional de Águas (ANA) afirmou que a gestão dos recursos hídricos no Estado de São Paulo –o mais rico e populoso da Federação– é "bastante ineficiente" e criticou o governador Geraldo Alckmin (PSDB) pela falta de preparação para a crise e pela demora na execução de medidas necessárias e urgentes. Se houvesse preparação para a crise, e as medidas tivessem sido tomadas a tempo pelo governo do Estado, teríamos água nos reservatórios até 2017, pelo menos. Parabéns ao governador Alckmin e à Sabesp por mais esse fiasco.
Renato Khair (São Paulo, SP)
Judiciário brasileiro
Como é possível acreditar e confiar em um sistema Judiciário que demora quase 20 anos para chegar a uma condenação, ainda com a possibilidade de o réu recorrer da decisão? ("Paulo Maluf é condenado a multa de R$ 128,7 mi", "Poder", 22/8).
Wandyr J. Nascimento (Rio Claro, SP)