Escândalo na Petrobras
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Polícia Federal indicia lobista e executivos de 12 empreiteiras
Eles são suspeitos de participação no esquema de desvios de recursos na Petrobras, de acordo com as investigações
Se forem condenados pelos crimes citados, os suspeitos podem pegar até 31 anos de prisão, além de multa
A Polícia Federal indiciou 12 executivos de empreiteiras e um lobista suspeitos de participação no esquema de desvio de recursos da Petrobras.
Entre eles estão o presidente da Construtora OAS, José Aldemário Pinheiro Filho, 63, o vice-presidente executivo da Mendes Júnior, Sergio Cunha Mendes, 58, e o ex-presidente da Queiroz Galvão Ildefonso Colares Filho, 66.
A PF disse ter identificado cinco crimes, incluindo fraude a licitações, lavagem de dinheiro e corrupção ativa.
Além dos executivos, o lobista Fernando Antônio Falcão Soares, 47 --conhecido como Fernando Baiano--, foi indiciado sob suspeita de ter cometido quatro crimes, dentre os quais corrupção ativa.
O indiciamento policial não significa culpa. A denúncia cabe ao Ministério Público, que pode acompanhar ou não as conclusões da polícia. Se condenados, os suspeitos podem pegar até 31 anos de prisão, mais multa.
Além dos indiciamentos, a delegada da PF Erika Mialik Marena entregou os relatórios finais referentes a quatro inquéritos que trataram de Fernando Baiano e das empreiteiras OAS, Queiroz Galvão, Galvão Engenharia e Mendes Júnior. Outros inquéritos deverão ser concluídos pela PF nos próximos dias, com novos indiciamentos.
Segundo a delegada da PF, Fernando Baiano "operou no esquema de recebimento de valores de propina, e posterior lavagem, para propiciar a empresas facilidades em sua contratação na Diretoria Internacional" da Petrobras.
No documento sobre a OAS, de apenas cinco páginas, a delegada mencionou "a exiguidade do tempo" que, segundo ela, tornou impossível "apresentar relatório de análise da documentação apreendida" em residências dos executivos e escritórios da empreiteira OAS.
Sobre o material apreendido, Marena destacou "a vasta lista de pessoas que a OAS procurava agradar com presentes e lembranças de aniversário, notadamente políticos e servidores públicos e da estatal Petrobras".
A Folha revelou na sexta-feira (5) que a Polícia Federal havia apreendido as listas de presentes.
Na OAS, além de Aldemário, a delegada indiciou Agenor Medeiros, 66, diretor-presidente da Área Internacional, José Ricardo Nogueira Breghirolli, 35, Alexandre Portela Barbosa, 29, e Mateus Coutinho Sá Oliveira, 36, diretor financeiro da empreiteira.
Em relação à Galvão Engenharia, foi indiciado Erton Medeiros Fonseca, 54, diretor-presidente de engenharia. Na Queiroz Galvão, além de Ildefonso, foi indiciado Othon Zanoide de Moraes Filho, 55, ex-diretor.
No caso da Mendes Júnior, além de Cunha Mendes, foram indiciados Angelo Alves Mendes, 56, vice-presidente de assuntos corporativos, Flávio Sá Motta Pinheiro, 55, gerente financeiro, e Rogério Cunha de Oliveira, 56, diretor de Óleo e Gás da empreiteira.
Procuradas pela Folha, as assessorias da OAS e Queiroz Galvão não haviam se manifestado até a conclusão desta edição. A Galvão Engenharia informou que não vai se manifestar sobre o assunto.
O advogado da Mendes Júnior, Marcelo Leonardo, disse que "indiciamento da PF é providência rotineira".