TCU identifica sobrepreço em gasoduto
Auditoria do Tribunal de Contas da União identificou superfaturamento de 1.800% na construção de um trecho de gasoduto operado pela Petrobras na Bahia, revelou o jornal "O Globo" deste domingo (4).
Com 954 km de extensão, o trecho custou R$ 3,8 bi. Segundo o TCU, a Petrobras criou uma "empresa de papel", a Transportadora Gasene, para construir e operar o gasoduto.
Em sociedade, a Gasene fez contrato com o escritório Domínio Assessores. Ambas as empresas apresentam o mesmo endereço.
O contrato, diz o jornal, estabelecia que o dono da Domínio, Antônio Carlos de Azevedo, passaria a ser presidente da Gasene.
O TCU também apontou erro da Agência Nacional do Petróleo, que dispensou análise da obra mesmo suspeitando do contrato.
Além de superfaturamento, o TCU fala em dispensa ilegal de licitação, falta de projeto básico e pagamentos indevidos, diz o jornal. O texto responsabiliza o ex-presidente da Petrobras, Sérgio Gabrielli, e Antônio Carlos de Azevedo.
Em nota, a Petrobras afirmou que não tem com a Gasene "qualquer ligação societária", que o projeto foi elaborado para captar recursos para o gasoduto e que a sociedade tinha caráter privado.
Segundo a estatal, a Gasene foi adquirida em 2012 por uma empresa do sistema Petrobras. O gasoduto foi inaugurado em 2010.