'Vão ter que me aturar um pouco mais', afirma peemedebista
Minutos após PSOL e Rede protocolarem, no Conselho de Ética da Câmara, pedido de cassação de mandato contra Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o presidente da Casa declarou, nesta terça (13): "Vão ter que me aturar um pouco mais".
Um dos principais argumentos é de que Cunha teria contas secretas na Suíça –cujo saldo total, de US$ 2,4 milhões, foi bloqueado por autoridades do país europeu.
Horas antes, ele reuniu aliados em almoço na sua casa e pediu um voto de confiança, dizendo-se vítima de investigação seletiva. Ao grupo, negou ter contas na Suíça, mas evitou entrar em detalhes.
Mais cedo, esteve com líderes da oposição e queixou-se da nota emitida pelo grupo pedindo seu afastamento da presidência da Câmara.
Cunha teria dito que não era possível confiar na oposição e que, se der início ao processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff agora, "no dia seguinte" a oposição o tira da chefia da Câmara.
Em entrevista, ele minimizou o pedido de cassação. "Quando houve depoimento do delator [que o acusou de receber propina de US$ 5 milhões], pediram meu afastamento. Quando houve oferecimento de denúncia [ao STF], [o PSOL] pediu meu afastamento. Porque não pediria agora? São meus adversários políticos. Isso é normal", afirmou. "Estou firme."
O pedido do PSOL seguirá um rito que pode ser longo –o Conselho de Ética é controlado por aliados de Cunha, que só poderá ser cassado após aprovação do colegiado e com aval de ao menos 257 de 512 deputados.