Presidente fez pedaladas para pagar programas sociais, diz Lula
Para Aécio, Dilma gastou mais para obter vantagem eleitoral
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta terça-feira (13) que sua sucessora, a presidente Dilma Rousseff, realizou as pedaladas fiscais para honrar pagamentos de programas sociais, como o Bolsa Família e o Minha Casa, Minha Vida.
Em discurso em congresso com agricultores em São Bernardo do Campo, o ex-presidente afirmou: "Estou vendo a Dilma ser atacada por culpa de umas pedaladas [...]. Talvez a Dilma, em algum momento, tenha deixado de repassar dinheiro do Orçamento para a Caixa ou não sei pra quem, por conta de algumas coisas que ela tinha que pagar e não tinha dinheiro".
E completou: "E quais eram as coisas que ela tinha que pagar? Ela fez as pedaladas para pagar o Bolsa Família. Ela fez as pedaladas para pagar o Minha Casa, Minha Vida".
Na semana passada, o TCU (Tribunal de Contas da União) rejeitou, por unanimidade, as contas de 2014 do governo Dilma, principalmente por causa das pedaladas fiscais.
Segundo os cálculos do TCU, dos R$ 40 bilhões em pedaladas praticadas pelo governo Dilma, R$ 19,6 bilhões foram associados a operações do BNDES que beneficiaram empresários. Outros R$ 7,9 bilhões estiveram relacionados a financiamentos subsidiados do Banco do Brasil, na maior parte para o crédito rural. As pedaladas destinadas ao pagamento de benefícios sociais e ao Minha Casa, Minha Vida somaram R$ 12,5 bilhões.
A decisão do TCU está sendo usada pela oposição no Congresso para justificar um pedido de impeachment.
O presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), disse nesta terça que as declarações de Lula são uma "mentira" porque o Tesouro Nacional teria recursos para pagar os programas sociais mas o governo resolveu usar o dinheiro para ampliar outros programas com objetivo de obter vantagem eleitoral.
"Essa é a face, a meu ver, perversa daqueles que acharam que tudo podiam, viveram com sensação de impunidade durante todos os últimos anos, e agora estão vendo chegar o momento do acerto de contas, não com a oposição, mas com a Justiça." (ALEXANDRE ARAGÃO E MARIANA HAUBERT)