Crítica: 'Gigolô Americano' encarna a estética da era das aparências
A frieza é a marca de "Gigolô Americano" ("American Gigolo", 1980, 14 anos, TC Cult, 0h10). Ou de Richard Gere, pois o essencial no papel é encarnar um tipo de beleza masculina que parece pairar acima de suas clientes, efetivas ou em potencial.
De certo modo, o filme de Paul Schrader encarna muito a estética de seu tempo: o momento pós-hippie, em que um certo culto da aparência é o que se impõe.
Aparência que busca impor as pessoas num mundo de hipocrisia e mentira: mundo do sexo e da política, onde Gere no fim das contas acabará enredado numa trama de assassinato.
Nada que faça esquecer a cena-chave do filme: aquela da gaveta que se abre com dezenas de camisas de várias cores e tipos, para todas as ocasiões. Aliás, uma bela releitura deste seu belo filme foi feita por Schrader no menos famoso "O Acompanhante", de 2007.
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