'Reaças, temos um recadinho pra vocês', diz Ministério da Cultura em bate-boca on-line
O Ministério da Cultura disse ter "um recadinho" para os "reaças". A mensagem foi publicada na noite desta quinta (17) na conta oficial do órgão no Instagram. O texto acompanha uma imagem que diz "cultura e informação melhoram até os reaças;)" e leva a uma nota oficial no site do Ministério.
O ataque foi uma resposta a uma acusação de uma página no Facebook chamada Reaçonaria, que tem 27 mil curtidas e um site homônimo com slogan "o maior portal conservador do Brasil". A página publicou um post na tarde desta quarta (16) acusando o ministro da Cultura, Juca Ferreira (PT), de beneficiar a Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo, de onde foi secretário até o ano passado, com um repasse de R$ 400 mil.
A página Reaçonaria é abrigada num servidor do exterior que impede a identificação de seu responsável. Um de seus colaboradores é o advogado Fernando Gouveia, que recebe há dois anos pagamentos mensais por serviços de comunicação prestados ao governo Geraldo Alckmin (PSDB) em São Paulo. Ele nega.
Na nota oficial, a pasta da Cultura diz: "Reaças, o que está escrito neste post não é verdadeiro" e justifica a transferência dizendo que o valor é fruto de uma emenda parlamentar, e não decisão da pasta de Cultura.
"Não é porque vocês são reaças que podem fazer acusações absolutamente infundadas. Reacionários têm todo o direito de ser contra os avanços políticos e sociais, mas são obrigados a ser honestos e a respeitar as leis", diz a mensagem. O mesmo texto foi publicado na página do Reaçonaria no Facebook, como resposta à acusação.
A autora da nota oficial do Ministério da Cultura –tanto no site oficial do ministério, quanto no Facebook e no Instagram–, é Helenise Brat, 55, assessora especial do ministro Juca Ferreira e coordenadora de comunicação do Ministério da Cultura. Ela se defende: "Eles se chamam de 'reaças'. Se eles se chamassem 'borboletas azuis', escreveríamos 'borboletas azuis, temos um recadinho para vocês", diz ela. Segundo a assessora, o ministro Juca Ferreira sabe que o texto foi publicado, mas não o revisou.
"Eu sei o que estou fazendo. Nossas redes têm uma linha editorial", diz Brant, citando brincadeiras que o ministério faz no Facebook. "Acho absolutamente adequado. Usamos linguagem de redes sociais, bem-humorada, não burocrática."
Em uma nova publicação desta quinta (17), o Reaçonaria diz que "os assessores de Juca tomaram como ofensa pessoal" os apontamentos da página, em "nota repleta de gracinhas típicas de alguns setores da internet".
Reprodução | ||
Post do Ministerio da Cultura no Instagram |
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