Descrição de chapéu Flip

Protesto, bate-boca e topless; relembre fatos marcantes dos 16 anos de Flip

Em 2019, festa literária homenageia Euclides da Cunha, autor de 'Os Sertões'

DO BANCO DE DADOS

​Nos 16 anos de Flip (Festa Literária Internacional de Paraty) , já rolou de bate-boca entre palestrantes e plateia a topless coletivo.

Na edição do ano passado, a festa literária deu sinais de renovação de seu modelo. É paradoxal, mas a festa literária conseguiu encolher e crescer ao mesmo tempo. O número de autores convidados caiu de 46 para 33; o número de mesas, de 22 para 18. Já a programação paralela contou com 22 casas parceiras, contra sete na edição anterior, que chegou mesmo a competir com a programação oficial.

Em 2017, a proposta foi fazer uma festa com convidados menos conhecidos. Na edição desse ano houve recorde de mulheres. Elas foram 23, ante 22 homens. E os negros representaram 30%.

Também teve destaque a mobilização das redes de ativismo negro que compareceram à "Flip da diversidade". Na mesa da escritora Conceição Evaristo, a plateia era mais negra do que em qualquer outro debate.

Ao menos três edições foram marcadas por protestos. A de 2016 foi encerrada com frases como "Temer jamais" e "Não pise na democracia" contra o presidente interino. A Flip de 2014 ouviu a acusação ao governo de Roraima feita pelo líder Ianomâmi Davi Kopenawa. Caiçaras da região protestaram contra um condomínio em Laranjeiras e tiveram apoio de Chico Buarque na Flip de 2009.

Homens e mulheres de saia fizeram "toplessaço" em frente à igreja matriz de Paraty em 2014. Com a frase "no fundo, somos todos iguais", reivindicaram o direito do homem manifestar carinho, medo e amor por outro homem

Leia abaixo um resumo sobre as edições anteriores da Festa Literária Internacional de Paraty.

2018

Período: 25 a 29 de julho de 2018

Homenageado: Hilda Hilst

Como foi: A 16ª edição da Flip contou com a presença de selos independentes que costumavam não aparecer no evento. Com a crise econômica e o atraso de pagamentos a editoras por redes de livrarias, feiras literárias ganham ainda mais importância como meio de vendas e divulgação. O público respondeu à altura, lotando esses espaços.

Um dos pontos fortes foi revelação para um público mais amplo do escritor brasileiro Gustavo Pacheco, de “Alguns Humanos” (Tinta da China) e da moçambicana Isabela Figueiredo, “Caderno de Memórias Coloniais” (Todavia). Outra surpresa foi Alain Mabanckou, escritor franco-angolês, desconhecido no Brasil e publicado por uma pequena editora Malê, que cativou o público em sua mesa.

O debate entre a italiana de pais somalis Igiaba Scego e o poeta suíço Fabio Pusterla também marcou—durante a conversa, a intérprete que fazia a tradução simultânea se emocionou e precisou parar para se recompor.

Os canais de divulgação pareceram não dar conta de tantos eventos paralelos, um problema antigo da festa. Não havia uma página ou informativo para reunir a programação paralela, o que deixou o público perdido entre tantas opções. Mauro Munhoz, diretor da Casa Azul, organização social que promove a festa, prometeu mudanças para a confusão não se repetir em 2019.

O livro mais vendido foi “Júblilo, Memória, Noviciado da Paixão” (Companhia das Letras”, da homenageada Hilda Hilst. Em segundo lugar ficou Djamila Ribeiro, de “ O Que É Lugar de Fala?” (Letramento), que ocupou também o quinto lugar com seu outro título “Quem Tem Medo do Feminismo Negro?” (Companhia das Letras).

2017
Período: 26 a 30 de julho de 2017
Homenageado: Lima Barreto
Show: André Mehmari
Como foi: A 15ª edição da Flip (Festa Literária Internacional de Paraty) não teve a tradicional tenda dos autores. Os debates ocorreram na Igreja da Matriz, no centro histórico da cidade.

Os autores negros, ausentes na edição anterior, foram 30% dos convidados, entre eles Conceição Evaristo e Ana Maria Gonçalves. E, pela primeira vez, houve mais mulheres (23) do que homens (22).

Com o homenageado Lima Barreto como norte, a curadoria da jornalista Joselia Aguiar foi buscar autores às margens do sistema literário tradicional.

Passaram por Paraty Marlon James, Paul Beatty, William Finnegan, Scholastique Mukasonga, Diamela Eltit, Conceição Evaristo, Sjón, Carlos Nader e Luaty Beirão.

Houve grandes momentos, como o da abertura, com aula dramatizada de Lilia Moritz Schwarcz e Lázaro Ramos sobre Lima Barreto.

O encontro entre a escritora, professora e crítica literária brasileira Noemi Jaffe e a escritora ruandesa Scholastique Mukasonga comoveu o público.

Outro momento a ser lembrado é a intervenção da professora aposentada Diva Guimarães na mesa com Lázaro Ramos e Joana Gorjão Henriques. Ela levou ator e público às lágrimas ao contar como enfrentou o racismo e virou uma celebridade instantânea.

O ator, inclusive, e Scholastique Mukasonga foram os autores mais vendidos da Flip.

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Ana Cristina Cesar
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2016
Período: 29 de junho a 3 de julho
Homenageada: Ana Cristina Cesar
Show: houve sarau de poesia
Como foi: Marcada pela participação recorde de convidadas mulheres - 18 autoras entre os 40 participantes - e denominada "Arraiá da branquidade" em carta aberta do Grupo de Estudo e Pesquisa Intelectual Negra da Universidade Federal do Rio (UFRJ), dada a ausência total de autoras e autores negros, a 14ª edição da Flip homenageia a poeta e tradutora Ana Cristina Cesar.

Entre os participantes estão Caco Barcellos, Guto Lacaz, Heloísa Buarque de Hollanda, J.P Cuenca e Patrícia Campos Mello. Entre os autores estrangeiros estão Karl Ove Knausgard, a ucraniana Svetlana Aleksiévitch e o americano Benjamin Moser, dentre outros.

Marcada também pela contenção de gastos, a edição é finalizada com protestos contra o presidente interino Michel Temer, organizado pelo coletivo Transverso, que reproduziu no telão frases como "Temer jamais" e "Não pise na democracia".

2015
Período: 1 a 5 de julho
Homenageado: Mário de Andrade
Show: Luis Perequê
Como foi: Nomes expressivos da música como os compositores Hermínio Bello de Carvalho, Jorge Mautner e Arnaldo Antunes, além do crítico José Ramos Tinhorão estão entre os 42 convidados da 13ª edição da Flip, que desta vez presta homenagem ao poeta e romancista Mário de Andrade.

Entre os autores de destaque estão o australiano Richard Flanagan, o cubano Leonardo Pandura, o queniano Ngugi wa Thion'o e o inglês David Hare. A lista prossegue ainda com os brasileiros Ana Luísa Escorel, Boris Fausto, Eduardo Giannetti e Antonio Risério.

2014
Período: 30 de julho a 3 de agosto
Homenageado: Millôr Fernandes
Show: Gal Costa
Como foi: A 12ª Flip, que tem como homenageado o poeta e jornalista Millôr Fernandes, é marcada pelo protesto do líder Ianomâmi Davi Kopenawa, que na mesa final, faz acusação ao governo de Roraima e cita o senador Romero Jucá ao afirmar que o filho do parlamentar ordena que garimpeiros entrem nas terras ianomâmis.

Com as presenças de Cacá Diegues, Eliane Brum, Marcelo Rubens Paiva, Jaguar, Fernanda Torres, do chileno Jorge Edwards e dos jornalistas americanos Glenn Greewald e Andrew Solomon, a Flip tem em seu show de abertura a cantora Gal Costa.

Pouco menos de um mês antes do início da festa, o editor da Record, Carlos Andreazza manifesta seu descontentamento com o que chama de "concentração editorial", em referência à presença da Companhia das Letras, editora com o maior número de escritores participantes do evento.

2013
Período: 3 a 7 de julho
Homenageado: Graciliano Ramos
Show: Gilberto Gil e Luis Perequê
Como foi: Composta por autores experimentais e com mais espaço para outras artes, a 11ª Flip, que conta com 41 participantes, tem as presenças ilustres de Gilberto Gil, Maria Bethânia, Nelson Pereira dos Santos, Cleonice Berardinelli, Vladimir Safatle, o inglês Tobias Wolff, a suíça radicada no Brasil, Jeanne-Marie Gagnebin e a americana Lydia Davis, entre outros.

A onda crescente de manifestações, iniciada em junho no país, leva a Flip a criar mesas extras para debater a questão. O homenageado da festa é o escritor Graciliano Ramos, tema de três mesas no evento. O show de abertura tem como principal atração o cantor e compositor Gilberto Gil, além de Luis Perequê.

2012
Período: 4 a 8 de julho
Show: Lenine
Homenageado: Carlos Drummond de Andrade
Como foi: Com o número maior de convidados e atendendo ao apelo de autores brasileiros que questionam a repetição de nomes do país em edições anteriores, a 10ª Flip, que tem como homenageado o poeta Carlos Drummond de Andrade, concede maior espaço a iniciantes.

O cantor e compositor Lenine é a principal atração no show de abertura da edição que marca 10 anos da feira literária em Paraty.

Entre os 41 convidados estão Zuenir Ventura, Dulce Maria Cardoso, Luis Fernando Verissimo, Fernando Gabeira, Fabrício Carpinejar, o americano Jonathan Franzen, o inglês Ian McEwan, o espanhol Enrique Vila-Matas e o Nobel francês J.M.G. Le Clézio. A Flip presenteia os espectadores com a presença dos cartunistas Angeli e Laerte, que participam de uma mesa extra no evento.

2011
Período: 6 a 10 de julho
Homenageado: Oswald de Andrade
Show: Elza Soares, José Miguel Wisnik e Celso Sim
Como foi: A 9ª edição da Flip é a primeira em que o número de autores de outras línguas supera os de língua inglesa. Com 32 convidados, a festa de 2011 presta homenagem ao escritor e poeta modernista Oswald de Andrade, um dos principais articuladores da Semana de 22 e autor de Manifesto da Poesia Pau-Brasil (1925) e Manifesto antropófago (1928), entre outras obras.

Com Antonio Candido e José Miguel Wisnik no debate de abertura, a festa traz show de Elza Soares, José Miguel Wisnik, Zé Celso Martinez e Celso Sim.
Também participam da festa João Ubaldo Ribeiro, Edney Silvestre, Ignácio de Loyola Brandão, Luiz Felipe Pondé, o francês Claude Lanzmann, a inglesa Carol Ann Duffy, o húngaro Péter Esterhãzy e o músico escocês David Byrne.

2010
Período: 4 a 8 de agosto
Homenageado: Gilberto Freyre
Show: Edu Lobo, Renata Rosa, Marcelo Jeneci e Quarteto de Cordas da Academia da Osesp
Como foi: Autor de "Casa Grande & Senzala", Gilberto Freyre é o homenageado da 8° edição da Flip, que na abertura tem o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso como palestrante e o professor e historiador Luiz Felipe de Alencastro como debatedor da obra do autor pernambucano.

Edu Lobo, Renata Rosa, Marcelo Jeneci e o Quarteto de cordas da Academia da Osesp (Orquestra Sinfônica do estado de São Paulo) se apresentam no show de abertura, com direção artística de Arthur Nestrovski.

Com quatro mesas dedicadas ao homenageado, o dobro das três últimas edições do evento, a Flip 2010 conta com 34 convidados, 18 deles estrangeiros. Dentre os participantes estão Moacyr Scliar, Ferreira Gullar, Chacal, Beatriz Bracher, o israelense Abraham B. yehoshua, o inglês Peter Burk e a peruana Isabel Allende.

Uma das atrações mais esperadas da festa, o cantor e compositor Lou Reed, que autografaria o livro "Atravessar o fogo", cancela sua presença no evento.

2009
Período: 1 a 5 de julho
Homenageado: Manuel Bandeira
Show: Adriana Calcanhotto
Como foi: Com 34 autores de nove países diferentes, a 7ª Festa Literária Internacional de Paraty homenageia Manuel Bandeira. Entre os nomes de destaque da festa estão o brasileiro Chico Buarque e a irlandesa Edna O'Brien, o cientista britânico Richard Dawkins, o jornalista e escritor americano Gay Talese e a crítica de arte francesa Catherine Millet, entre outros.

Além de levar mulheres à histeria na noite de autógrafos, a presença de Chico Buarque mobiliza as comunidades de Trindade, Sono, Ponta Negra e Laranjeiras. Moradores locais protestam contra o condomínio Laranjeiras, que, segundo eles, "impede os caiçaras de chegarem à praia". Ao final de sua mesa, Chico Buarque defende a causa.

O historiador, professor, pesquisador e jornalista inglês Simon Schama, ao lado da também historiadora Lilia Moritz Schwarcz, abre o último dia das mesas de discussões da Flip. Além de abordar os temas guerra, religião, raça e tradição, Schama fala sobre seu mais recente livro "O Futuro da América".
Gay Talese e o escritor português António Lobo Antunes encerram as mesas de literatura ao debater sobre a arte de escrever. "Eu gosto de escrever a verdade como se fosse ficção", afirmou Talese durante entrevista coletiva.

2008
Período: 2 a 6 de julho
Homenageado: Machado de Assis
Show: Luiz Melodia
Como foi: Em sua sexta edição, a Flip reúne menos estrelas do que as edições anteriores, Machado de Assis é o homenageado. A festa aposta na pluralidade cultural e reuniões inusitadas entre autores. Com a abertura do crítico literário Roberto Schwarz, que lê o primeiro capítulo do romance "Dom Casmurro" e traça a evolução cronológica da crítica à obra de Machado de Assis, a festa apresenta o show do cantor Luiz Melodia.

O jornalista Humberto Werneck e o cronista Xico Sá, mediados pelo editor Paulo Roberto Pires, discutem sobre seus trabalhos. Entre os autores estrangeiros, destaque para Tom Stoppard e Neil Gaiman –o público da Flip enfrentou horas de fila para pegar autógrafo de Gaiman. O holandês Cees Nooteboom conquista o público ao debater com o polemista colombiano Fernando Vallejo.

No encerramento da festa, os escritores Chimamanda Adichie, Alessandro Baricco, Nathan Englander, Zöe Heller, Cíntia Moscovich, Cees Nooteboom e Tom Stoppard realizam leitura de trechos de seus livros preferidos.

2007
Período: 4 a 8 de julho
Homenageado: Nelson Rodrigues
Show: João Donato e Orquestra Imperial
Como foi: Com direção de Bia Lessa, leitura dramática da peça "Um Beijo no Asfalto" é feita por escritores. Os sul-africanos Nadine Gordiner e J.M. Coetzee, o correspondente de guerra britânico Robert Fisk e o jornalista Lawrence Write, vencedor do prêmio Pulitzer por "O vulto das torres", e o israelense Amós Oz são os destaques estrangeiros da Festa Literária Internacional de Paraty, que homenageia Nelson Rodrigues.

A mesa sobre censura com os biógrafos brasileiros Ruy Castro, Fernando Morais e Paulo Cesar de Araújo, autor da biografia não-autorizada "Roberto Carlos em Detalhes", inflama o público. Ruy Castro e Fernando Morais, colegas de mesa de Araújo, que teve sua obra proibida em abril, também relatam problemas na Justiça com os livros "Estrela Solitária" e "Na Toca dos Leões". Os biógrafos afirmam que a proibição do livro de Paulo Cesar de Araújo agride a liberdade de expressão e o direito de acesso à informação.

Os destaques da abertura ficam por conta da crítica de teatro Barbara Heliodora e das apresentações de João Donato e da Orquestra imperial. Os autores Ishmael Beach e Paulo Lins, autor do livro "Cidade de Deus", falam sobre violência e desigualdade. E Amós Oz e Nadine Gordimer debatem o peso da história de seus países nos romances que assinam. Já a Flipinha, voltada a crianças e adolescentes desde 2004, promove conversa do rapper Gabriel o Pensador com os jovens leitores. E uma das peças do israelense Amós Oz é encenada por crianças.

2006
Período: 9 a 13 de agosto
Homenageado: Jorge Amado
Show: Maria Bethânia
Como foi: Com show e abertura da cantora Maria Bethânia, Jorge Amado é o homenageado na quarta edição da Festa Literária Internacional de Paraty.
Num ano marcado por manifestações políticas e pela diversidade, a Flip tem 18 autores estrangeiros e 19 nacionais. Entre os escritores internacionais, Ali Smith, Toni Morrison (Nobel de Literatura de 1993), Tariq Ali, Olivier Rolin, Christopher Hitchens, Benjamin Zephaniah e Edmund White são os destaques. Ignácio Loyola Brandão e Wilson Bueno discutem narrativa, e Ferreira Gullar e Mourid Barghouti abordaram o exílio.

Durante o evento, Tariq Ali, intelectual anglo-paquistanês de esquerda, é vaiado ao ler manifesto - preparado por ele, Toni Morrison, Alonso Cueto e Mourid Barghouti - contra a ação militar de Israel no Líbano. Christopher Hitchens, jornalista alinhado com os neoconservadores americanos, critica o manifesto de Ali, chama Fernando Gabeira de terrorista e bate boca com a plateia sobre a guerra no Líbano e a ocupação no Iraque.

2005
Período: 7 a 10 de julho
Homenageada: Clarice Lispector
Show: Paulinho da Viola
Como foi: A terceira edição da Flip é aberta com show de Paulinho da Viola e tem Clarice Lispector como homenageada. O 400 anos de "Dom Quixote", obra de Miguel de Cervantes e o cinquentenário do "Auto da Compadecida", de Ariano Suassuna, escritor convidado, são comemorados na festa.

Diversidade, política, humor, fundamentalismo e violência pautam as mesas da Festa Literária Internacional de Paraty. Salman Rushdie, autor de "versos Satânicos", David Grossman Michael Ondaatje, Enrique Vila-Matas, Beatriz Sarlo e Orhan Pamuk, são os destaques internacionais.

Jô Soares, Luis Fernando Verissimo e Isabel Lustosa debatem sobre a sátira, e Arnaldo Jabor, o rapper MV Bill e o antropólogo Luiz Eduardo Soares, sobre desigualdade, periferia e tráfico de drogas na mesa que aborda o tema "Ritmo, poesia, política". O papel do intelectual na atualidade é discutido por Beatriz Sarlo e Roberto Schwarz.

2004
Período: 7 a 11 de julho
Homenageado: Guimarães Rosa
Show: Caetano Veloso, Mônica Salmaso, Arnaldo Antunes, Uakati e Arto Lindsay
Como foi: O sucesso da edição anterior colocou Paraty (RJ) no circuito internacional de literatura. A segunda Flip -que homenageia Guimarães Rosa- tem maior número de autores (38), cinco dias de eventos e participação de dez países. A abertura da festa tem direção artística de José Miguel Wisnik, compositor e professor responsável pela palestra sobre o escritor homenageado e pelos shows de Caetano Veloso, Mônica Salmaso, Arnaldo Antunes, grupo Uakati e Arto Lindsay.

A Festa Literária Internacional de Paraty também passa a promover encontros, como o entre Chico Buarque e Paul Auster e entre o escritor Ferréz e o sociólogo José de Souza Martins.

Os brasileiros Angeli, Lygia Fagundes Telles, Moacyr Scliar e Ziraldo dividem os holofotes com Jonathan Coe, Ian McEwan e Martin Amis (Inglaterra), Pierre Michon e geneviève Brisac (França) e Rosa Montero (Espanha), entre outros escritores. Por problemas com a divulgação do evento, o autor baiano João Ubaldo Ribeiro desiste de ir ao evento.

2003
Período: 31 de julho a 3 de agosto
Homenageado: Vinicius de Moraes
Show: Adriana Calcanhotto e Gilberto Gil
Como foi: Após superar problemas financeiros e dificuldades com patrocinadores, a primeira edição da Flip (Festa Literária Internacional de Paraty) homenageia o poeta Vinicius de Moraes e conta com participações de Adriana Falcão, Ana Maria Machado, Drauzio Varella, Eduardo Bueno, Luis Fernando Verissimo, Millôr Fernandes, Ruy Castro, Tabajara Ruas e Zuenir Ventura, entre outros autores.

O historiador britânico Eric J. Hobsbawn é o grande destaque da primeira Flip. Julian Barnes, Hanif kureishi e Don DeLillo completam a lista de convidados estrangeiros.

Na noite de abertura, Chico Buarque, Antonio Cicero e Susana de Morais, filha mais velha de Vinicius, realizam a leitura de poemas do autor homenageado. O evento ainda conta com shows de Adriana Calcanhoto e de Gilberto Gil, então ministro da Cultura.

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