Seminário e mostra de cinema debate efeitos da Revolução Russa
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Cena ocorrida durante a Revolução Russa, em 1917, cujo apogeu completa cem anos |
Com um elenco eclético, que vai do neto do líder bolchevique Trótski ao rapper Emicida, o seminário "1917: O Ano que Abalou o Mundo" pretende resgatar os reflexos históricos, políticos e culturais da Revolução Russa.
Desta terça (26) até a sexta (29), o Sesc Pinheiros recebe uma programação intensa, dividida em curso sobre a história russa, na parte da manhã, e um ciclo de debates, durante a tarde.
Em paralelo ao seminário, ocorre no Cinesesc a mostra de cinema "100 anos da Revolução", com sessões entre os dias 29/9 e 4/10 (leia texto nesta página).
O evento planeja abordar diferentes áreas que foram influenciadas pela ascensão dos sovietes. "Não há domínio da cultura que tenha ficado imune à sua influência", diz a curadora do evento e diretora da editora Boitempo, Ivana Jinkings.
O pensador marxista Michael Löwy, um dos convidados do seminário, lança durante o evento sua nova coleção "Centelhas: Marxismo e Revolução no século 21".
Brasileiro radicado na França, Löwy acredita que a principal herança de 1917 foi a demonstração da possibilidade da derrubada do capitalismo.
Para ele, que considera o sistema capitalista "nefasto" e "perverso", a história da União Soviética após a morte de Lênin, em 1924, sob o regime stalinista, "foi uma triste caricatura dos ideais revolucionários de outubro".
Löwy, que abre o curso de história com a aula "Da Rússia Imperial à Ruptura" e participa do ciclo de debates na quinta, sob o tema "A Revolução Russa e a Questão Nacional", acredita que, se o socialismo não tivesse sido impedido de se expandir, teríamos hoje um mundo "com mil problemas e contradições", mas livre do "sistema que idolatra o mercado".
FEMINISMO
Os efeitos da ascensão dos bolcheviques para a causa feminista serão abordados pela historiadora americana Wendy Goldman. Ela fala no primeiro dia do ciclo de debates, na mesa "A Revolução das Mulheres".
A estudiosa, que é autora de "Mulher, Estado e Revolução", editado pela Boitempo, afirma que a maior contribuição do levante para o movimento feminista foi a perspectiva de emancipação.
Com a onda de industrialização capitalista do início do século 20, as mulheres trocaram o trabalho rural pelas fábricas, tornando impossível combinar o trabalho remunerado e o doméstico.
Por isso, segundo Goldman, mais de dois terços dos filhos de trabalhadores morreram antes dos dois anos.
Os revolucionários procuraram resolver essa contradição com a transferência do trabalho doméstico para a esfera pública, na qual o cuidado do lar e das crianças ficaria a cargo de assalariados –por exemplo, com a instauração de creches e lavanderias.
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1917 - O ANO QUE ABALOU O MUNDO
QUANDO de ter. (26) a sex. (29)
ONDE Sesc Pinheiros, r. Pais Leme, 195, tel (11) 3095-9400; ciclo de cinema no Cinesesc, r. Augusta 2.075, (11) 3087-0500
QUANTO de R$ 20 (avulso) a R$ 50 (pacote), no Sesc Pinheiros; ingressos para sessões do Cinesesc, de R$ 3,50 a R$ 12
PROGRAMA revolucaorussacombr.wordpress.com
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PROGRAMAÇÃO
Terça, 26
12h: Da Rússia imperial à ruptura
Quarta, 27
10h30: A Revolução nos é dada pelos desesperados
Quinta, 28
10h30: Da coletivização à guerra
Sexta, 29
10h30: Consolidação, decadência e queda da URSS
DEBATES
Terça, 26
17h: Do Socialismo Soviético ao novo Capitalismo Russo
20h: A Revolução das Mulheres
Quarta, 27
14h: Vida de Trótski
17h: Lênin: Vida e Obra de um Líder Revolucionário
20h: Diálogos com o Pensamento Teórico de Lênin
Quinta, 28
14h: A Revolução Russa e a Questão Nacional
17h: Estado, economia e política na sociedade soviética
20h: Guerra e Revolução
Sexta, 29
14h: A União Soviética e o Brasil
17h : Arte e Revolução
20h: A ideia do comum: Teoria e História de um ideal
Livraria da Folha
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