Apartamentos menores garantem ritmo mais acelerado de vendas
A menor participação dos imóveis de 71 m² a 100 m² no mercado de lançamentos se deve um fato. A oferta até 70 m² tem crescido de forma consistente.
"Está caindo porque cresce a oferta nos imóveis menores, que são a maioria entre os lançamentos", afirma o engenheiro Celso Amaral, diretor do Geoimovel e da Amaral d´Avila Engenharia de Avaliações.
Pelo levantamento da Geoimovel, a participação desse segmento vem diminuindo ano a ano. Em 2010, 20% das unidades novas tinham entre 71 m² e 100 m² –em 2011, eram 17%, em 2012, 15%, e, em 2013, 14%. E do início deste ano até 19 de maio, eram 13%.
Com o preço do metro quadrado mais alto em toda a cidade, as incorporadoras têm optado por plantas menores. É uma forma de contribuir para manter alta a velocidade de vendas.
Segundo Amaral, a velocidade média de São Paulo é, historicamente, em torno dos 10%. Isso significa que uma a cada dez unidades lançadas é vendida em um mês.
No estudo feito pela Geoimovel, algumas regiões da cidade conseguiram ultrapassar essa média histórica no ano passado. Nos bairros do centro, o indicador ficou em 23%, considerando os lançamentos feitos em 2013.
"O que esse dado mostra é que o mercado e os consumidores redescobriram o centro de São Paulo", diz Amaral.
Outras regiões também superaram a média histórica. É o caso das zonas leste e oeste. Com lançamentos de sucesso em bairros como Tatuapé, a região registrou uma velocidade de vendas de 17%. Na zona Oeste, onde os bairros de Pinheiros e Perdizes atraem muitos compradores, o ritmo foi de 19%.
"Em contrapartida, a região sul teve uma velocidade de 1%. Esse é um dado muito ruim", diz Amaral.
Segundo ele, os motivos desse resultado foram uma combinação de produtos muito caros, de tamanho elevado e oferta excessiva. "Começamos a ver [em 2014] sinais de que agora o mercado nessa região começa a se normalizar", diz.
MAIS DIFÍCIL
O mercado imobiliário começa 2014 com o pé no freio. Com vendas e lançamentos menores nos primeiros meses do ano, a estratégia das construtoras tem sido queimar estoque.
A estimativa é que os preços médios cresçam pouco acima dos custos de construção neste ano (na casa dos 8% ao ano atualmente). O cenário só não será melhor para o comprador porque o valor dos terrenos continua pesando muito, assim como custo da mão de obra. (KARLA SPOTORNO)
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