BM&FBovespa quer comprar fatia de rivais na região
A BM&FBovespa planeja comprar até 15% do capital das principais Bolsas em operação na América Latina. O objetivo é aumentar a sua influência na região, afirmou Edemir Pinto, presidente da Bolsa, ao "Financial Times".
Para isso, a Bolsa contratou dois bancos de investimento no mês passado para fazer as aquisições nas Bolsas de México, Colômbia, Chile, Peru e Argentina.
A ideia é que as participações tenham porte suficiente para que a BM&FBovespa tenha assentos nos conselhos de administração. Como a maioria dessas Bolsas não é empresa aberta (com ação vendida no mercado), a brasileira terá de comprar as fatias de corretores locais.
A investida pretende dar ao Brasil o status de centro regional de transações financeiras na América Latina, diminuindo a importância da Mila (Mercado Integrado Latino-Americano), acordo de integração já existente entre Chile, Peru e Colômbia, ao qual o México concordou em juntar-se em junho.
"Nós passamos três anos tentando negociar com essas Bolsas de uma maneira amigável, mas chegou um momento em que tivemos de tomar uma decisão institucional", disse Pinto.
A BM&FBovespa espera que, com um assento nos conselhos dessas Bolsas, mais investidores latino-americanos sintam-se encorajados a negociar no Brasil. Também acredita que possa levar brasileiros a negociar nos países vizinhos, aumentando a liquidez nos negócios.
Este ano foi particularmente ruim para a Bolsa brasileira, com a realização de apenas uma oferta pública de ações devido ao cronograma apertado envolvendo a Copa do Mundo no país e depois as eleições presidenciais.
Pinto afirmou que a série de aquisições na região deverá custar entre US$ 60 milhões e US$ 70 milhões. A expectativa é que as aquisições se paguem em dez anos.
Esse plano não seria factível se a Bolsa brasileira não tivesse concluído os investimentos de US$ 595 milhões (R$ 1,5 bilhão) em sua plataforma tecnológica.
O executivo afirmou que o conselho aprovou as aquisições em julho, um mês após o México ter decidido aderir à Mila. Desde a formação em 2010, a Mila tem enfrentado problemas regulatórios e de falta de liderança. Com a entrada do México, esse mercado dobrará de tamanho.
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