Fase de criar medidas de ajuste passou e foco agora é aprová-las, diz Levy
Pilar Olivares - 5.out.2015/Reuters | ||
O ministro da Fazenda, Joaquim Levy |
O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse nesta segunda-feira (23) que "do ponto de vista intelectual", o ajuste fiscal está praticamente concluído. Ele disse que agora o ajuste "tem que acontecer no Congresso".
Levy participou nesta segunda de seminário organizado pela FGV, no Rio. Ele deu a entender que o governo não deverá criar novas medidas para reequilibrar as contas públicas.
Na semana passada, o governo conseguiu que o Congresso vetasse dois projetos que poderiam comprometer os planos de ajuste fiscal —o reajuste salarial do Judiciário e a extensão do reajuste do salário mínimo aos aposentados.
O governo tenta ainda a aprovação, no Senado, do projeto de lei que repatria —e cobra imposto sobre— recursos enviados ilegalmente ao exterior e também a volta da CPMF.
"Eu diria que do ponto de vista intelectual o ajuste fiscal já quase se concluiu. Agora ele tem que acontecer, na votação, no Congresso, na questão política. Mas em termos de formulação econômica, acho que é um assunto, uma página entendida por todo mundo", disse Levy.
A fala de Levy ocorre depois de uma semana de pressão de parte do PT para sua saída. Dilma Rousseff chegou a dizer que seu ministro "fica onde está", enquanto uma ala do partido pede que ele seja substituído por Henrique Meirelles, que presidiu o Banco Central no governo Lula.
Levy afirmou que a demora do Congresso na aprovação das medidas de ajuste pode ocasionar em ainda mais aumento de impostos. Ele lembrou que a mudança de impostos só pode ocorrer depois de noventa dias de tomada a decisão, o que adia ainda mais a arrecadação da União.
"Como não foi votado em outubro, está sendo votado em novembro e se está perdendo um mês de arrecadação. Isso talvez signifique que vai ter que aumentar o imposto mais do que tinha planejado ou vai ter que cortar alguns gastos mais do que tinha planejado", completou.
Segundo o ministro, o desafio do momento é readequar os gastos públicos. "Obviamente, o ajuste tem um aspecto mais profundo, que é a questão do gasto público, de como que vamos lidar com o gasto público, qual vai ser o tamanho do estado e etc. São muitas dúvidas e o Brasil tem que evoluir do ponto de vista regulatório, do ponto de vista legal. Temos que simplificar a vida das empresas e das pessoas. E não é um caminho fácil", disse.
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