Sócia da Vale na Samarco tem prejuízo anual recorde de US$ 6,4 bilhões
Baixas e imparidades de ativos levaram a BHP Billiton ao maior prejuízo anual de sua história, em um ano problemático para o grupo anglo-australiano de mineração, que incluiu um dos piores acidentes em minas de sua história.
A BHP —sócia da Vale na Samarco, cuja barragem rompeu no ano passado em Minas Gerais— registrou prejuízo líquido de US$ 6,4 bilhões no ano encerrado em junho de 2016, depois de realizar mais de US$ 7 bilhões em provisões para imparidade. O grupo está contabilizando como prejuízo o custo de sua dispendiosa expansão ao setor de gás natural e xisto betuminoso nos Estados Unidos, em 2012.
Em 12 meses tórridos para a companhia, uma joint venture da BHP sofreu um rompimento de barragem que matou 19 pessoas no Brasil. A empresa também enfrentou uma queda nos preços das commodities que a levou a abandonar a norma de sempre manter ou elevar seus pagamentos anuais de dividendos, que ela preservava há muito tempo.
Andrew Mackenzie, o presidente-executivo da BHP, disse que "os últimos 12 meses foram desafiadores tanto para a BHP Billiton como para o setor de recursos naturais como um todo".
"Mesmo assim, nossos resultados demonstram a resistência de nossa portfólio e as maneiras diversificadas pelas quais podemos criar valor para os acionistas a despeito dos preços baixos das commodities", ele afirmou.
A mineradora, a maior empresa do setor no planeta pelo critério de capitalização de mercado, reportou que sua receita subjacente antes dos juros, impostos, depreciação e amortização caiu em 44%, para US$ 12,3 bilhões. O lucro subjacente se contraiu em 81% ante o do exercício precedente, para US$ 1.2 bilhão - o mais baixo desde a fusão entre a BHP e a Billiton em 2001, mas ainda assim superior à previsão de consenso dos analistas, US$ 1,1 bilhão.
Os preços médios que a BHP obteve durante o ano para seus produtos caíram em 17% para o carvão e 43% para o petróleo, ante os 12 meses precedentes.
Mackenzie disse que os preços das commodities devem continuar "baixos e instáveis" em curto e médio prazo.
Durante o ano, a BHP reportou US$ 4,9 bilhões em baixas de ativos, posteriores aos impostos, em seus investimentos em xisto betuminoso nos Estados Unidos.
A mineradora também revelou US$ 2,2 bilhões em prejuízos, imparidades e provisões para perdas relacionados ao colapso da represa da Samarco.
BATALHA JUDICIAL
A BHP está enfrentando uma batalha judicial prolongada no Brasil quanto ao rompimento da barragem da Samarco, ainda que a empresa e a Vale tenham chegado a um acordo com o governo brasileiro quanto a um programa de indenização.
Os resultados de uma investigação externa sobre o rompimento da barragem devem ser anunciados dentro de algumas semanas, disse a BHP, prometendo divulgar as conclusões.
A BHP anunciou que pagaria dividendo final de 14 centavos de dólar por ação, o que representaria dividendo anual de 30 centavos de dólar, 75% abaixo do pago no ano anterior.
Durante o ano, a BHP abandonou sua política de dividendos "progressivos", afirmando que dali por diante os pagamentos ficariam vinculados aos lucros subjacentes.
Tradução de PAULO MIGLIACCI
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