Bolsa sobe após alívio com ata de BC americano; dólar reduz alta
Daniel Marenco - 4.ago.2011/Folhapress | ||
O Ibovespa renovou o patamar mais elevado em dois anos |
A ata da última reunião do Fed (Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos), divulgada nesta quarta-feira (17), diminuiu as apostas de um aumento dos juros americanos no curto prazo.
Até a divulgação do documento, o dólar se fortalecia globalmente, influenciado por declarações de dirigentes do Fed na véspera sinalizando uma possível alta dos juros neste ano.
No Brasil, o dólar comercial, que chegou a se valorizar mais de 1% frente ao real, reduziu a alta. O Ibovespa, que recuava, passou a subir, renovando o maior patamar em quase dois anos.
O documento mostrou que os integrantes do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do Fed estão divididos entre aumentar a taxa básica de juros no curto prazo. No encontro, realizado em julho, o Fomc decidiu manter a taxa em uma faixa entre 0,25% e 0,50%.
O Fed indicou, na ata, que serão necessários mais dados que mostrem a aceleração da economia americana antes de aumentar novamente as taxas.
"A ata tirou a possibilidade de um aumento dos juros americanos já em setembro, e os mercados reagiram bem", avalia Alvaro Bandeira, economista-chefe da Modalmais.
Ele destaca que, no caso do Ibovespa, os negócios também foram afetados pelo vencimento de opções sobre o índice nesta quarta-feira.
BOLSA
O principal índice da Bolsa paulista fechou em alta de 0,80%, aos 59.323,83 pontos. Desta forma, o Ibovespa renovou a pontuação máxima em quase dois anos, desde 05 de setembro de 2014 (60.681,98 pontos).
O giro financeiro foi de R$ 21,2 bilhões, engordado pelo vencimento de opções sobre o índice.
O exercício de opções sobre o Ibovespa movimentou R$ 6,183 bilhões.
Antes e durante esse vencimento, investidores que apostam na alta ("comprados") ou na queda ("vendidos") do índice "brigam" para prevalecerem suas posições, causando volatilidade na Bolsa.
As ações da Petrobras subiram 2,16%, a R$ 12,76 (PN), e 1,70%, a R$ 14,91 (ON).
Em Londres, o petróleo Brent ganhava 1,24%, a US$ 49,84 o barril, enquanto em Nova York o petróleo tipo WTI subiam 0,60%, a US$ 46,86 o barril.
Os papéis da Vale ganharam 0,12%, a R$ 16,12 (PNA), e 0,73%, a R$ 19,12 (ON), influenciados pela queda do minério de ferro na China.
No setor financeiro, Itaú Unibanco PN subiu 1,32%; Bradesco PN, +1,13%; Bradesco ON, +0,60%; Banco do Brasil ON, +0,53%; Santander unit, +1,98%; e BM&FBovespa ON, +1,46%.
CÂMBIO E JUROS
A moeda americana à vista fechou em alta de 1,47%, a R$ 3,2255, antes da divulgação da ata do Fed. O dólar comercial ganhou 0,50%, a R$ 3,2110.
Além da cautela em relação à ata do Fed, contribuiu para a desvalorização do real o leilão de swap cambial reverso realizado pelo Banco Central, equivalente à compra futura da moeda americana.
Como tem ocorrido nos últimos dias, foram leiloados 15.000 contratos de swap cambial reverso, no montante de US$ 750 milhões.
No mercado de juros futuros, o contrato de DI para janeiro de 2017 encerrou estável em 13,985%; o DI para janeiro de 2018 subiu de 12,700% para 12,710%; e o DI para janeiro de 2021 avançou de 11,840% para 11,890%.
O CDS (credit default swap) brasileiro, espécie de seguro contra calote e indicador de percepção de risco, perdia 0,10%, aos 253,296 pontos.
EXTERIOR
Na Bolsa de Nova York, o índice S&P 500 terminou com ganho de 0,19%; o Dow Jones, +0,12%; e o Nasdaq, +0,03%.
Na Europa, a Bolsa de Londres fechou em baixa de 0,50%; Paris, -0,96%; Frankfurt, -1,30%; Madri, -1,56%; e Milão, -1,58%.
O mercado acionário chinês teve leves variações nesta quarta-feira, um dia após a China aprovar o lançamento de uma conexão entre os mercados acionários de Hong Kong e Shenzhen.
Na China, o índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, caiu 0,15%, enquanto o índice de Xangai teve leve variação positiva de 0,01%.
O índice japonês Nikkei ganhou 0,90%, devolvendo parte das perdas de terça-feira, graças ao enfraquecimento do iene.
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