Acordo de Mercosul e União Europeia será assinado em 2018, diz ministro
O acordo entre o Mercosul e União Europeia, cujas negociações se arrastam há anos, deve ser assinado em 2018, disse o ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marcos Pereira.
Segundo ele, a expectativa do país era que as tratativas já fossem concluídas no próximo ano, mas as eleições na Alemanha e na França devem atrapalhar o andamento do processo, por isso a perspectiva é de que a assinatura fique para 2018.
O ministro participou nesta terça (25) do Fórum Comércio Exterior, promovido pela Folha em parceria com a CNI (Confederação Nacional da Indústria).
No mercado, porém, há ceticismo com o avanço dessas negociações. Impasses como os subsídios europeus ao setor agropecuário, que temem a competição com o agronegócio brasileiro, travam o andamento das discussões.
Segundo Diego Bonomo, gerente-executivo de comércio exterior da CNI, a expectativa do setor é que o acordo com o México, também em negociação, seja concluído mais rapidamente.
Carlos Lebrato/Anadolu/Getty Images | ||
Fachada do prédio que abriga sede do Mercosul |
EXPORTAÇÕES
Outra frente de atuação do governo é na melhora da imagem do país no exterior. "Quero reverter essa impressão que o mundo colheu de que o Brasil aumentou sua produção agroindustrial às custas da devastação. Isso não é verdade", disse Roberto Jaguaribe, presidente da Apex (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos), ligada ao Itamaraty.
Jaguaribe, que participou do painel com o ministro Marcos Pereira, defendeu maior atenção ao setor agroindustrial, detentor da maior participação na pauta de exportações do Brasil atualmente.
Diferentemente do setor manufatureiro, que precisa resolver fatores internos de produtividade para competir melhor no exterior, o agronegócio tem uma "competitividade inata" e o maior obstáculo que precisa enfrentar são as barreiras impostas por outros países, sejam tarifárias ou sanitárias, de acordo com o presidente da Apex.
Já a indústria precisa se integrar às cadeias globais de produção e, para isso, problemas como o custo Brasil –que vão de infraestrutura deficitária à complexidade da carga tributária– precisam ser trabalhadas. "Não existe milagre nas exportações. Elas estão associadas à produção. As agruras que o Brasil sofre no processo de exportação são as mesmas do de produção."
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