Petrobras tem lucro de R$ 4,45 bilhões no primeiro trimestre
Apesar da queda nas vendas e na receita, a Petrobras registrou lucro de R$ 4,449 bilhões no primeiro trimestre de 2017, revertendo um prejuízo de R$ 1,246 bilhão no mesmo período do ano anterior.
No balanço divulgado nesta quinta (11), a empresa diz que o desempenho é resultado de menores gastos com importação de petróleo, aumento de exportações e redução de despesas.
"Sem dúvida nenhuma, foi um bom trimestre para a nossa companhia", disse o presidente da Petrobras, Pedro Parente. "Estamos reduzindo gastos, com aumento da produtividade e da curva de produção como havíamos prometido".
Lucro ou prejuízo líquido - Em R$ bilhões
O diretor financeiro da empresa, Ivan Monteiro, diz que a variação do preço do petróleo, que passou de US$ 34 por barril no primeiro trimestre de 2016 para US$ 54 por barril, foi um componente fundamental para o resultado.
Outro fator foi o maior uso de petróleo do pré-sal nas refinarias brasileiras, pela melhor qualidade e pela redução de custos logísticos. No primeiro trimestre de 2016, 95% do óleo refinado pela empresa foi produzido no país.
As despesas com vendas e administrativas caíram 27% na comparação com o primeiro trimestre do ano anterior. Os gastos operacionais gerenciáveis foram reduzidos em 18%.
De acordo com Monteiro, esses fatores levaram a estatal a ter o melhor Ebitda (indicador que mede a geração de caixa) da história: R$ 25,254 bilhões.
Foi o oitavo trimestre consecutivo que a Petrobras teve fluxo de caixa positivo, isto é, gerou mais recursos do que gastou. A sobra foi de R$ 13,4 bilhões.
Com a queda de 5% nas vendas em relação ao primeiro trimestre de 2016, a receita foi 3% menor, de R$ 68,365 bilhões.
DÍVIDA
Principal problema para a gestão da empresa, o endividamento fechou o trimestre em queda, resultado principalmente da valorização do real frente ao dólar. A dívida líquida caiu 5%, para R$ 300,975 bilhões.
Em dólares, a queda foi de 1%, para US$ 95 bilhões.
O indicador de dívida líquida sobre Ebitda ficou em 3,24 vezes. No balanço do trimestre anterior, o número era 3,54 vezes. O plano de negócios da estatal estipulou a meta de atingir 2,5 vezes em 2018.
A produção de petróleo da companhia atingiu 2,248 milhões de barris de por dia, 9% maior do que no trimestre anterior.
A empresa espera iniciar as operações em quatro novas plataformas ainda este ano: a P-66, que já está instalada no campo de Lula, no pré-sal; o teste de longa duração de Libra, que está a caminho do Brasil; e as plataformas P-67 e Cidade de Campos dos Goytacazes, que estão em obras.
A Petrobras fechou o trimestre com um saldo líquido de exportações de 489 mil barris por dia.
"A Petrobras vai se consolidando como uma empresa exportadora", disse o diretor de refino e gás da empresa, Jorge Celestino. "O petróleo do pré-sal tem bom preço no mercado e isso melhora muito a rentabilidade das nossas operações".
VENDAS
Na quarta (10), a Petrobras anunciou a aprovação de seu novo plano de venda de ativos, que segue recomendações feitas pelo TCU (Tribunal de Contas da União). Entre os projetos que serão vendidos, a empresa inclui a refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, e a Petrobras África.
A meta do plano de desinvestimentos é levantar US$ 21 bilhões até o fim de 2018 para reduzir o elevado endividamento.
A empresa informou que, a venda da Nova Transportadora do Sudeste (NTS), fechada em 2016 terá impacto positivo de R$ 6,7 bilhões no balanço do segundo trimestre.
Em 2016, a empresa completou o terceiro ano seguido de prejuízos, provocados principalmente por baixas contáveis bilionárias no valor de ativos por revisão após o início da Operação Lava Jato e com a queda do preço do petróleo no mercado internacional.
Parente disse que a empresa não vê, nesse momento, razões para ter, em 2017, volume de baixas contábeis equivalentes às que fizeram em anos anteriores.
LEILÕES
A estatal informou que está avaliando as áreas que serão oferecidas nos leilões oferecidos pelo governo, mas não quis detalhar como se dará sua participação.
"A Petrobras tem a intenção de recompor seu portfólio de exploração e vai olhar", disse a diretora de exploração e produção, Solange Guedes.
O governo prevê dois leilões do pré-sal e um do pós-sal no segundo semestre.
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