MAELI PRADO
DE BRASÍLIA

As exportações brasileiras superaram as importações em US$ 67 bilhões em 2017, maior valor da história. Apesar disso, as transações comerciais com outros países não retomaram os níveis pré-crise, cenário que deve se manter em 2018.

Segundo divulgou o Mdic (Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços) nesta terça-feira (2), as exportações somaram US$ 217,7 bilhões no ano passado.

É um resultado melhor do que o observado em 2015 e 2016, mas ainda abaixo das vendas anuais do Brasil a outros países registradas no período entre 2011 e 2014.

Já as importações somaram US$ 150,7 bilhões em 2017, total maior do que o do ano retrasado, mas inferior às compras anuais do exterior feitas entre 2010 e 2015.

Apesar de a corrente de comércio (importações mais exportações) ainda não ter regressado ao patamar da primeira metade da década, o saldo positivo da balança foi o maior desde 1989, início da série histórica, representando um aumento de mais de 40% em relação a 2016.

No ano retrasado, o superavit já havia sido recorde, com exportações superando importações em US$ 47,7 bilhões.

"No ano retrasado o saldo comercial positivo se deu em parte porque as importações tiveram queda", afirmou o ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marcos Pereira. "No ano passado, tanto as exportações quanto as importações cresceram. Isso é um sinal da retomada do crescimento da economia brasileira".

Para 2018, a expectativa é de um saldo comercial positivo de US$ 50 bilhões —ou seja, se esse número se confirmar, será o segundo melhor resultado da balança, atrás apenas de 2017.

"Tanto as exportações quanto as importações devem apresentar os maiores valores dos últimos três anos", afirmou Abrão Neto, secretário de Comércio Exterior da pasta. "O superavit será menor do que o de 2017 porque a expectativa é que as importações crescerão mais do que as exportações por causa da retomada da economia."

De acordo com Neto, a expectativa é de aquecimento da demanda interna, tanto por parte das empresas, que demandarão mais insumos, máquinas e equipamentos, quanto dos consumidores, que aumentarão suas aquisições de bens de consumo.

A aposta também é de que, com o crescimento esperado para a economia mundial neste ano, as exportações de commodities do Brasil possam ser maiores.

"O FMI [Fundo Monetário Internacional] espera crescimento para importantes parceiros comerciais do Brasil, como China, EUA, Argentina, zona do Euro e América Latina e Caribe", afirmou Neto.

DESTAQUES

Os destaques das importações no ano foram combustíveis e lubrificantes (crescimento de 42,8%), bens intermediários (insumos para elaboração de produtos), com alta de 11,2%, e bens de consumo, cujas compras de outros países subiram 7,9%.

Já as importações de bens de capital (máquinas e equipamentos ), que só reagiram nos últimos meses do ano, tiveram queda de 11,4% na comparação com 2016.

No caso das vendas de produtos brasileiros para outros países, todas as categorias se destacaram, como as exportações de produtos básicos (alta de 28,7%), semimanufaturados (alta de 13,3%) e manufaturados (alta de 9,4%).

DEZEMBRO

Em dezembro, o saldo comercial foi positivo em US$ 4,9 bilhões, valor 13,2% maior do que o do último mês de 2016 pela média diária.

As exportações somaram US$ 17,6 bilhões, alta de 21,4% na comparação com dezembro do ano retrasado, e as importações US$ 12,6 bilhões, crescimento de 20,2% na mesma comparação.

Tópicos relacionados

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.