Santander Brasil e banco dos Brics fazem parceria para infraestrutura

Crédito: Wu Hong/AFP O presidente Michel Temer (à esq.) ao lado de líderes do Brics nesta segunda (4)
Líderes do Brics durante encontro; Santander anunciou parceria com banco do grupo

DANIELLE BRANT
DE SÃO PAULO

O Santander Brasil e o NDB (Novo Banco de Desenvolvimento), o banco dos Brics, assinaram nesta quarta (10) memorando de entendimento para financiar projetos de infraestrutura no Brasil, com foco em desenvolvimento sustentável.

É o primeiro acordo do tipo assinado pelo NDB com um banco privado brasileiro.

A parceria passa pela concessão de linhas de crédito para financiar projetos "verdes", como gerenciamento de recursos hídricos, energia limpa, mobilidade e desenvolvimento urbano.

Segundo Rafael Noya, diretor da área de banco de investimento do Santander Brasil, o objetivo da parceria é viabilizar projetos no Brasil que não aconteceriam sem o apoio do NDB. O banco ajudará a prospectar projetos que sejam passíveis de financiamento.

"Já há um projeto em discussão. Uma equipe deve ir ao Brasil até o final do mês. Temos uma carteira de projeto de US$ 300 milhões aprovada na área de energia renovável no Brasil", afirma Sergio Suchodolski, diretor geral de estratégia e parcerias do NDB.

Ele afirma que existem ainda dois projetos de infraestrutura em fase avançada em dois Estados brasileiros, mas não quis especificar quais.

Apesar da ênfase em desenvolvimento sustentável, haverá a possibilidade de financiar projetos de infraestrutura tradicionais, complementa Suchodolski.

A parceria também envolve a emissão de títulos para que empresas captem recursos no exterior, mas em reais, uma demanda de empreendedores e que reduz o risco cambial.

"Vamos começar a preparar essa captação, mas depende de humores do mercado. Já fizemos uma emissão em moeda local na China via greenbonds ("títulos verdes")", diz o diretor do NDB.

O NDB tem capital de US$ 100 bilhões e pretende abrir no Brasil ainda neste ano seu escritório para América Latina.

O banco foi criado em 2014 (e lançado oficialmente no ano seguinte) como alternativa ao Banco Mundial e ao FMI (Fundo Monetário Internacional). O objetivo é estimular a cooperação entres os países dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).

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