Justiça da Espanha rejeita extraditar Isabelita Perón
A Justiça da Espanha rejeitou nesta segunda-feira a extradição da ex-presidente argentina e viúva do general Juan Domingo Perón, María Estela Martínez de Perón, 77, a Isabelita, ao considerar que os crimes pelos quais ela era acusada prescreveram e também que sua relação com eles não estava comprovada.
A Justiça argentina acusa Isabelita em relação a crimes cometidos pela Aliança Anticomunista Argentina (Triplo A) durante seu mandato e à detenção ilegal e torturas contra dois jovens.
A decisão de rejeitar a extradição foi adotada pela 2ª Seção da Vara Penal da Audiência Nacional, o tribunal espanhol que julga os crimes de especial relevância.
A defesa da ex-presidente argentina alegou, em 14 de abril, diante do tribunal que a Justiça argentina não pode julgar Isabelita, porque é uma cidadã espanhola e seu estado de saúde é precário.
14.abr.08/Javier Lizún/Efe |
A ex-presidente da Argentina Isabelita Perón deixa audiência na Espanha no dia 14 de abril |
O promotor da causa, Pedro Rovira, se disse no dia a favor que Isabelita fosse julgada na Argentina, onde a Justiça emitiu dois pedidos paralelos de extradição.
Uma delas responde a uma solicitação do juiz Héctor Acosta, da Província de Mendoza, que acusa a ex-presidente do desaparecimento do militante político Héctor Fagetti e da detenção e torturas de Jorge Valentín Betón, em 1976.
A solicitação de Acosta derivou na detenção de Isabelita o 12 de janeiro de 2007 em sua casa em Villanueva da Cañada (perto de Madri), onde reside desde 1981, por ordem do juiz Juan do Olmo, que decretou liberdade provisória para a ex-presidente.
Duas semanas depois, o juiz Juan del Olmo comunicou a Isabelita uma segunda ordem de detenção contra ela na Argentina, relacionada à suposta responsabilidade nos crimes do Triplo A, investigados pelo juiz Norberto Oyarbide.
Este juiz investiga as atividades da Aliança Anticomunista Argentina, a qual são atribuídos 1.500 atentados e assassinatos de opositores e militantes de esquerda entre 1973 e 1975.
Ex-bailarina, vice-presidente de Perón, Isabelita se tornou a primeira mulher a presidir um país latino-americano com a morte do marido, em 1974.
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