Senador italiano pede perdão no Parlamento à ministra insultada com racismo
O vice-presidente do Senado italiano e membro da Liga Norte, Roberto Calderoli, pediu nesta terça-feira perdão à ministra de Integração, Cécile Kyenge, congolesa, por compará-la a um orangotango, mas afirmou que não renunciará.
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Em uma breve declaração, Calderoli afirmou que fez "uma bobagem" e disse que nunca mais atacará nenhum adversário político com ofensas desse tipo, que classificou como "execráveis".
No entanto, o político aproveitou a ocasião para reafirmar que não tem intenção alguma de renunciar e que continuará criticando a política de "um governo que permite a entrada de imigrantes ilegais".
Calderoli alegou que após a polêmica, ligou para a ministra para explicar que a ofensa aconteceu quando se deixou levar pelo ímpeto em um comício e cometeu "o erro grave, gravíssimo de passar do político para o pessoal".
Sobre a frase em que comparava a ministra com um orangotango, Calderoli disse que "não queria ter nenhum significado racial e ainda menos racista".
Gianni Cipriano/The International Herald Tribune | ||
Cécile Kyenge, 48, é a ministra italiana da Integração há oito meses; ela vem sendo alvo de racismo desde que assumiu o cargo |
Diante do comportamento, acrescentou que nunca mais voltará a se repetir, reiterou suas desculpas tanto à ministra como ao Senado e acrescentou que mandará "um buquê de rosas" a Kyenge.
Calderoli explicou que em outra ocasião apresentou sua demissão quando era ministro em 2006, depois que sua coalizão pediu devido à polêmica que explodiu por causa de uma camiseta que usou com ofensas ao islã.
Mas que nesta ocasião, seu cargo é o de vice-presidente do Senado, representando a oposição, e que portanto só responde a quem votou nele.
"Estaria disposto a apresentar minha renúncia se uma forte maioria tivesse pedido, mas não foi assim", acrescentou.
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