Insurgentes ligados à Al-Qaeda assinam cessar-fogo com moderados na Síria
Duas organizações insurgentes declararam nesta sexta-feira um cessar-fogo na Síria, após dois dias de confronto na fronteira ao norte do país.
O acordo foi estabelecido entre militantes do grupo Estado Islâmico do Iraque e do Levante (Isil), afiliado à Al Qaeda, e membros da brigada rebelde Tempestade do Norte, aliada aos opositores do Exército Livre da Síria.
Os conflitos acentuam a complexidade da crise síria, com diversos grupos unidos ou desunidos na insurgência contra o regime do ditador Bashar al-Assad. O Isil, por exemplo, é constituído em sua maioria por estrangeiros.
Também fica evidente a crescente participação de organizações extremistas com vínculos com a Al Qaeda, a exemplo da Jabhat al-Nusra.
Nesta semana, militantes do Estado Islâmico do Iraque e do Levante tomaram uma cidade na fronteira turca, até então em mãos dos rebeldes da Tempestade do Norte.
Azaz havia sido uma das primeiras cidades a ser capturada pelos insurgentes, no ano passado. À época, o Exército Livre da Síria instituiu ali uma administração.
Os grupos militantes ligados à Al Qaeda são frequentemente criticados pelas alas mais moderadas da insurgência, que compara a violência de organizações como o Isil àquela praticada pelo regime truculento de Assad.
Com acesso a armamentos e uso irrestrito de forças, esses rebeldes são apontados como uma das razões para o receio da comunidade internacional em apoiar militarmente a insurgência na Síria.
MEDIAÇÃO
O cessar-fogo foi mediado pela influente brigada Liwa al-Tawhid, aliada do moderado Exército Livre da Síria. O acordo foi publicado em uma página do Facebook.
Os grupos rivais irão libertar prisioneiros e devolver as pilhagens. Está acordado, também, que qualquer futuro problema será resolvido por um comitê de arbitragem, segundo o Observatório Sírio para os Direitos Humanos, baseado em Londres.
A Coalizão Nacional da Síria, de oposição, condenou os ataques de militantes contra os rebeldes moderados "e o repetido desrespeito pela vida dos sírios".
"Consideramos esse comportamento contrário à revolução síria", afirmou o grupo em uma nota oficial nesta sexta.
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