Nos EUA, republicanos ameaçam frear reabertura de embaixada em Cuba
Logo após o celebrado anúncio da reabertura das embaixadas entre Cuba e Estados Unidos, feito na última quarta (1º) pelos dois governos, congressistas republicanos começaram a dar indícios que o presidente Barack Obama não terá tanta facilidade para implementar sua decisão.
A reabertura das embaixadas não depende da aprovação do Congresso americano, mas questões práticas para viabilizar a retomada completa das relações diplomáticas estão sujeitas à boa vontade de deputados e senadores.
Entre elas está a aprovação do financiamento para a reforma do prédio no Malecón que abrigará a embaixada e do nome do novo embaixador em Havana.
O líder da maioria republicana no Senado, Mitch McConnell, disse na quinta (2) que a casa não deve aprovar um novo embaixador.
Ted Cruz, senador pelo Texas e um dos pré-candidatos republicanos à Casa Branca em 2016, disse em nota que vai trabalhar para bloquear qualquer financiamento para a embaixada e os nomes sugeridos pelo presidente para assumir a representação.
Jeffrey DeLaurentis, atual chefe da seção de negócios em Havana, é considerado o favorito para a nomeação.
Alejandro Ernesto - 1°.jul.2015/Efe | ||
Jeffrey DeLaurentis, chefe da seção de interesses americanos em Cuba, cotado para ser embaixador |
A condição colocada por Cruz para baixar a guarda é Obama demonstrar "que fez algum progresso em aliviar a miséria" do povo cubano.
Na Câmara, os republicanos também já começaram a mostrar as garras.
"O apoio para manter a pressão no regime de [Raúl] Castro é mais forte do que nunca no Congresso", disse o deputado pela Flórida Mario Diaz-Balart, cubano-americano que é um dos principais críticos à decisão de Obama.
REFORMA
O Departamento de Estado pediu ao Congresso cerca de US$ 6 milhões no orçamento do ano fiscal de 2016 para transformar a seção de negócios que funciona hoje em Havana em embaixada.
Segundo o senador democrata Dick Durbin, por Illinois, o governo acredita ter recursos no Departamento de Estado para "ao menos iniciar a embaixada".
Em teleconferência na quarta (1º), um alto funcionário do Departamento de Estado disse a jornalistas que seria uma "vergonha" se o Congresso impedir a reabertura ao bloquear recursos.
"São coisas que todos queremos fazer, como aumentar nosso alcance a cubanos em toda a ilha ou a possibilidade de que mais agências estejam presentes em Cuba", disse o funcionário.
Obama ainda pediu ao Congresso que suspenda o embargo econômico e a viagens à ilha. O democrata já aliviou parte das restrições, mas é pouco provável que os congressistas atendam também a essa solicitação.
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