EUA e Rússia marcam cessar-fogo na Síria para sábado
Uma nova tentativa de cessar-fogo na Síria foi marcada para o próximo sábado (27).
A trégua combinada entre Estados Unidos e Rússia, que apoiam lados opostos do conflito, manterá os ataques contra o Estado Islâmico, a Frente Al-Nusra, ligada à Al Qaeda, e outros grupos terroristas.
A Casa Branca informou, nesta segunda (22), que o presidente americano, Barack Obama, e o presidente russo, Vladimir Putin, conversaram por telefone para discutir o cessar-fogo. "Vai ser difícil implementá-lo", disse o porta-voz da Casa Branca Josh Earnest. "Nós sabemos que há muitos obstáculos."
Omar Sanadiki-13.fev.16/Reuters | ||
Morador de área controlada pelo governo sírio ao lado de pôster de Bashar al-Assad, em Damasco |
Na televisão russa, Putin afirmou que o acordo "é um passo real que pode interromper o derramamento de sangue" no país. A guerra na Síria já dura cinco anos e matou mais de 250 mil pessoas.
O acordo também foi bem recebido pelo secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, que classificou a tentativa de trégua como "um sinal de esperança", apesar do muito que ainda precisa ser feito.
A tentativa de cessar-fogo entre governo e insurgentes foi anunciada no domingo (21) pelo secretário de Estado americano, John Kerry, e recebida com ceticismo por moradores da capital síria.
Atentados reivindicados pelo Estado Islâmico mataram 146 pessoas no subúrbio de Damasco e na cidade de Homs, neste domingo.
Uma outra trégua havia sido marcada para a última sexta-feira (19), segundo acordo estabelecido no início do mês pelos Estados Unidos, Rússia e outros 15 países.
O cessar-fogo acertado nesta segunda precisa ser aceito formalmente até sexta (26) pelo governo sírio e peos grupos armados da oposição.
ELEIÇÕES EM ABRIL
Também nesta segunda, horas depois do acordo fechado entre americanos e russos, o ditador Bashar al-Assad anunciou eleições parlamentares para o dia 13 de abril.
Eleições deste tipo ocorrem a cada quatro anos no país. A última foi em 2012, e esses mandatos terminam no próximo mês de maio.
O desenho de uma nova Constituição para o país e a realização de eleições livres foram incluídos em uma resolução adotada pelo Conselho de Segurança da ONU, em dezembro passado, que endossava uma transição política na Síria na qual o povo sírio decidiria o futuro do país.
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