Reino Unido classifica de 'ridícula' acusação de ter grampeado Trump
A primeira-ministra britânica, Theresa May, recebeu garantias da Casa Branca de que não seriam repetidas alegações de que um dos serviços da inteligência britânica ajudou o ex-presidente dos EUA, Barack Obama, a grampear Donald Trump, disse seu porta-voz na sexta-feira.
Segundo o porta-voz, a acusação, feita na terça-feira (14) pelo analista da Fox News Andrew Napolitano, de que a agência britânica GCHQ ajudou Obama a grampear Trump, após sua vitória na eleição presidencial do ano passado, é "ridícula".
Kevin Lamarque/Reuters | ||
A primeira-ministra britânica, Theresa May, e o presidente dos EUA, Donald Trump, na Casa Branca em janeiro |
"Nós deixamos claro para a administração americana que essas alegações são ridículas e devem ser ignoradas e recebemos garantias de que não serão repetidas", disse o porta-voz de May a repórteres.
Representantes da Casa Branca não responderam imediatamente a um pedido de comentário após as declarações do porta-voz britânico.
Trump, que se tornou presidente em janeiro, tuitou no começo deste mês seu antecessor democrata o tinha grampeado durante os últimos estágios da campanha de 2016. O presidente republicano não ofereceu nenhuma evidência para a acusação, que um porta-voz de Obama disse que era "simplesmente falsa".
No programa "Fox & Friends", Napolitano, comentarista político e ex-juiz de Nova Jersey, disse que em vez de ordenar que as agências dos EUA espionassem Trump, Obama obteve transcrições das conversas de Trump por meio do GCHQ para que não houvesse "impressões digitais americanas" no caso.
O porta-voz da Casa Branca, Sean Spicer, citou na quinta-feira os comentários de Napolitano sobre o GCHQ em sua fala aos meios de comunicação.
O jornal britânico Daily Telegraph, citando fontes de inteligência não identificadas, informou em seu site que Spicer e o conselheiro de segurança nacional de Trump, o tenente-general Herbert McMaster, teriam feito pedidos de desculpas ao Reino Unido.
Em uma rara declaração pública, o GCHQ da Grã-Bretanha, a Central de Comunicações do Governo da Grã-Bretanha, o equivalente da Agência Nacional de Segurança dos EUA que monitora as comunicações eletrônicas no exterior, disse que as acusações deveriam ser ignoradas.
"As recentes acusações feitas pelo comentarista de mídia, o juiz Andrew Napolitano, sobre o fato de o GCHQ ter sido convidado a realizar" grampos "contra o então presidente eleito são absurdas", disse um porta-voz do GCHQ, que raramente comenta críticas ao trabalho da agência além de dizer que operam sob estrita legalidade.
A GCHQ é uma das três principais agências de espionagem britânica e tem uma estreita relação com a NSA (agência nacional de segurança dos EUA), bem como com as agências de escuta de Austrália, Canadá e Nova Zelândia em um consórcio chamado "Cinco Olhos".
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