Queda de candidato opositor põe eleição no Equador em empate técnico

Crédito: Dolores Ochoa - 16.mar.2017/Associated Press Supporters of right-wing presidential candidate Guillermo Lasso, of the CREO party, which stands for "Creating Opportunities" wait for his arrival to campaign at Santa Clara market in Quito, Ecuador, Thursday, March 16, 2017. Ecuador will choose a new president on April 2 during the second round of elections. (AP Photo/Dolores Ochoa) ORG XMIT: DOR110
Cabo eleitoral faz campanha com máscara do candidato Guillermo Lasso em Quito, no Equador

SYLVIA COLOMBO
DE BUENOS AIRES

A duas semanas do segundo turno da eleição presidencial no Equador, uma pesquisa divulgada neste sábado (18), pelo instituto Cedatos mostra queda de dois pontos do candidato oposicionista, Guillermo Lasso, e um aumento na intenção de voto no governista, Lenín Moreno.

Os números agora apontam para um empate técnico, no qual Lasso lidera com ligeira vantagem, 50,8% contra 49,2%, de Moreno. O candidato da Aliança País, partido do presidente Rafael Correa, havia ganho o primeiro turno, no último dia 19 de fevereiro, com 39,3% contra 28% de Lasso.

Porém, durante a campanha deste segundo turno, o opositor virou o jogo a seu favor, conquistando eleitores dos seis candidatos que ficaram de fora da disputa. Tanto que a pesquisa anterior a esta, de final de fevereiro, já mostrava-o mais confortavelmente adiante, com 52%, contra 47% de Moreno.

Agora, o governista parece ter ganho mais fôlego, enquanto o opositor debilitou-se.

As últimas semanas mostraram uma maior polarização da campanha. Por um lado, Moreno reforçou que seu governo seguirá com o alto gasto do Estado com benefícios sociais, inclusive prometendo a ampliação de programas nas áreas rurais —mais investimento em educação e aumento das aposentadorias para trabalhadores do campo.

Nessas zonas de grande presença indígena, Correa vinha perdendo popularidade por conta da entrega de licenças para exploração de minas a empresas estrangeiras.

Por seu lado, Lasso vem reforçando a ideia de cortar impostos, fazer ajustes no gasto público e convocar uma assembleia para desenhar uma nova Constituição para o país.

Segundo ele, a atual, promulgada durante a gestão de Rafael Correa, deu demasiado poder ao Executivo e causou danos à institucionalidade do país.

Também reforçou que revisará a Lei de Comunicação e diminuiria a pressão que Correa exerce contra a imprensa, processando jornais e jornalistas, levando alguns a pedir asilo político em outros países.

Com isso, Lasso vem ganhando uma cobertura mais favorável à sua candidatura por parte dos grandes meios.

Por sua vez, Correa tem rebatido dizendo que estes vêm fazendo uma "campanha suja" contra ele e seu candidato.

Outro fator que pode ter pesado na balança é, justamente, um maior comprometimento do próprio Correa na campanha.

No primeiro turno, seu apoio a Moreno foi discreto. Em suas declarações, dava como certa a vitória do herdeiro político num primeiro turno e anunciava um longo período sabático na Europa, de onde é sua mulher e onde vivem dois de seus três filhos.

Desde que Moreno não conseguiu vencer no primeiro turno, porém (precisava ter atingido 40% e uma diferença de 10 pontos em relação a Lasso), o presidente mudou de posição. Tem se envolvido mais na campanha e, em seus discursos, caracteriza Lasso como "o candidato do ajuste".

Nas primeiras semanas, Lasso teve êxito em chamar para si eleitores dos candidatos derrotados, principalmente os da também direitista Cynthia Viteri, que ficou em terceiro lugar.

Agora, porém, o banqueiro, que já tentou ser presidente na eleição passada, encontra dificuldades em avançar sobre o número de eleitores indecisos. Segundo a pesquisa Cedatos, os indecisos são 18,2%, podendo portanto jogar a eleição para qualquer um dos lados. O voto é obrigatório no Equador.

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