Maioria no Congresso do Equador pede expulsão da Odebrecht

DE SÃO PAULO
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

A maioria governista da Assembleia Nacional do Equador pediu nesta segunda-feira (5) a expulsão imediata da construtora brasileira Odebrecht, que pagou US$ 33,5 milhões de propina às autoridades locais.

A solicitação ao presidente Lenín Moreno é feita dias depois que a Polícia Nacional prendeu seis pessoas que teriam operado ou recebido suborno —dentre eles Ricardo Rivera, tio do vice-presidente equatoriano, Jorge Glas.

Os deputados também querem abrir uma comissão multipartidária para coletar informações sobre a investigação do braço equatoriano do esquema de propina no Brasil e nos EUA, onde a empresa fez acordos de leniência.

Caso Moreno aprove a medida, será a segunda vez que a Odebrecht precisa sair do Equador em dez anos. Em 2008 o presidente Rafael Correa expulsou a construtora por irregularidades na construção de uma hidrelétrica.

A empresa voltaria em 2010 e, cinco anos depois, ganharia uma licitação de US$ 1,54 bilhão para construir parte do metrô de Quito e, para isso, teria pago algumas autoridades. Ela foi retirada da obra há dois meses.

O presidente do Legislativo, José Serrano, também pediu a abertura de um impeachment contra o controlador-geral do país, Carlos Pólit, devido ao envolvimento no esquema. Pólit não foi preso por ter foro privilegiado.

Para que ele seja deposto são necessários os votos de dois terços das 137 cadeiras do Parlamento —o Aliança País, partido de Serrano e Moreno, tem 74 cadeiras e precisaria do apoio da oposição.

Eles terão que recorrer aos adversários para aprovar duas propostas de combate à corrupção: a cassação perpétua de detentores de cargos públicos condenados e mecanismos para facilitar as denúncias de irregularidades.

O caso de propina da Odebrecht no Equador foi revelado no acordo com o Departamento de Justiça americano, em que a empresa revelou ter pago ou contribuído com campanhas de políticos em 12 países.

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