Especialista dos EUA vai a Londres examinar bebê com doença terminal

DA REUTERS

Um médico norte-americano viajará a Londres, no Reino Unido, nesta semana para ajudar os pais do bebê Charlie Gard, portador de doença terminal, a persuadir um juiz a manter ligado o suporte de vida do menino. O caso gerou comoção internacional após a Justiça autorizar, à revelia dos pais, o desligamento das máquinas.

O doutor Michio Hirano, professor de neurologia do Centro Médico da Universidade de Columbia, em Nova York, vai examinar Charlie pela primeira vez e encontrar outros especialistas envolvidos no caso.

Hirano afirmou que a terapia experimental que está desenvolvendo pode melhorar a condição de Charlie. O menino de 11 meses tem uma condição genética rara ligada ao esgotamento do DNA mitocondrial e um consequente dano que atinge seu cérebro e seus músculos, tornando-o incapaz de mover braços e pernas, de comer e mesmo de respirar por conta própria.

O médico norte-americano diz acreditar que há uma chance entre 11% e 56% de que a terapia com nucleósidos melhore a força muscular do bebê e que há uma "pequena, mas significativa" chance de também ajudar no funcionamento do cérebro.

Os pais de Charlie travaram uma batalha judicial para mandá-lo aos Estados Unidos e submetê-lo à terapia experimental do neurologista. Mas os tribunais do Reino Unido recusaram a permissão com o argumento de que isso prolongaria seu sofrimento sem uma perspectiva realista de ajudar.

O caso ganhou atenção global após intervenções do presidente norte-americano Donald Trump e do papa Francisco, que expressaram apoio a Charlie. Isso gerou um debate caloroso sobre se o hospital realizando o tratamento ou seus pais deveriam determinar seu destino.

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