Trump receberá Temer para jantar em Nova York
Ludovic Marin - 8.jul.2017/AFP | ||
O presidente dos EUA, Donald Trump, cumprimenta Michel Temer durante reunião do G20 |
O presidente Donald Trump receberá o presidente Michel Temer para um jantar em Nova York na próxima segunda-feira (18) às margens da Assembleia Geral da ONU.
Foram convidados também o presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, e o do Peru, Pedro Pablo Kuczynski –este último ainda não confirmado. Os dois já foram recebidos por Trump na Casa Branca, nos primeiros quatro meses de governo.
O jantar seria inicialmente oferecido na Trump Tower, residência do presidente na cidade, a Temer e Santos, mas os planos devem mudar em razão do espaço, já que o convite foi estendido também a Kuczynski. O possível novo local ainda não foi informado por razões de segurança.
Entre os temas a serem tratados está a situação na Venezuela. Em agosto, o vice-presidente americano, Mike Pence, fez um tour por Colômbia, Argentina, Chile e Panamá, cujo tema principal foi a crise venezuelana. O Brasil ficou fora do roteiro de viagem.
Na ocasião, Pence disse que os EUA queriam trabalhar com países da região e afirmou que a América Latina "pode fazer mais para tentar restabelecer a democracia na Venezuela". "É preciso aumentar a pressão diplomática e econômica", disse o vice de Trump em Buenos Aires.
O presidente argentino, Mauricio Macri, não vai a Nova York por conta da campanha eleitoral no país, e será representado pela vice, Gabriela Michetti.
Trump e Temer se cumprimentaram e falaram rapidamente durante a reunião do G20, em Hamburgo, na Alemanha. Esse será o primeiro encontro entre os dois, oito meses após a posse de Trump.
Eles, contudo, tinham conversado por telefone logo após a eleição de Trump e em março, quando o presidente americano disse ter interesse de receber uma visita de Temer na Casa Branca.
Segundo a Folha apurou, os planos de receber o presidente brasileiro numa visita de trabalho –o que demanda meses de preparação– tiveram como complicador a crise política no Brasil nos últimos meses, quando Temer foi denunciado por corrupção passiva e a Câmara barrou a denúncia em votação em 2 de agosto.
Um encontro às margens da Assembleia Geral passou então a ser uma opção mais viável.
Um jantar oferecido por Trump à véspera da abertura da Assembleia, onde se reunirão líderes de mais de 190 países, tem um peso político importante para o Brasil.
No entanto, a presença dos outros dois líderes sul-americanos pode ser um entrave para a discussão de temas bilaterais Brasil-EUA. É possível, porém, que o interesse comum dos dois governos de avançar com reformas tributárias nos dois países seja abordado por Trump e Temer.
O presidente brasileiro embarca para Nova York logo após a posse da nova procuradora-geral, Raquel Dodge, na segunda-feira (18).
Na terça (19), ele fará o discurso de abertura da Assembleia Geral da ONU, seguido de Trump –é uma tradição que presidentes brasileiros abram a sessão de debates depois que Oswaldo Aranha, então chefe da delegação brasileira, presidiu a Primeira Sessão Especial da Assembleia, em 1947.
Temer ainda participará do evento "Brazil: The Road Ahead" (Brasil: a estrada à frente), promovido pelo jornal "Financial Times" e da cerimônia para a assinatura de um acordo aprovado por 122 países da ONU para banir armas nucleares. Potências nucleares, como EUA e Rússia não fazem parte do acordo.
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