A emissora norte-americana NBC demitiu nesta quarta-feira (29) o âncora Matt Lauer após receber de uma colega dele uma denúncia de assédio sexual.

O presidente da divisão de jornalismo do canal, Andrew Lack, afirmou que a alegação sobre Lauer, recebida na noite de segunda-feira (27), "representou, após séria avaliação, uma clara violação dos padrões de comportamento em nossa empresa", o que resultou na rescisão do contrato do apresentador.

"Ao mesmo tempo em que se trata da primeira queixa sobre o comportamento dele em mais de 20 anos de NBC News, também temos razões para acreditar que este pode não ter sido um incidente isolado", disse Lack. Ele não revelou o nome da funcionária que fez a denúncia.

Após o anúncio, o canal recebeu ao menos mais duas queixas sobre o comportamento de Lauer, segundo o "New York Times" –uma delas de uma ex-funcionária, que disse ter sido chamada à sala dele em 2001 para terem uma relação sexual. Procurado pela Reuters, o agente do jornalista não respondeu.

A MPR informou que tomou conhecimento da alegação no mês passado e que "ela se refere à conduta do sr. Keillor enquanto ele era responsável pela produção de 'A Prairie Home Companion'".

O apresentador respondeu à acusação, dizendo que foi demitido por causa de "uma história que, acho, é mais interessante e complicada do que a versão que a MPR ouviu", segundo ele escreveu em seu site. "Há uma poesia irônica em ser demitido por causa de uma história, tendo eu mesmo contado tantas."

DEMISSÕES

No último dia 21, Charlie Rose, 75, teve seu contrato com a CBS encerrado pela emissora. Ele foi denunciado por colegas e ex-estagiárias por ter apalpado as pernas delas, entre outros episódios de assédio.

As denúncias engrossam uma avalanche de casos de assédio sexual relatados recentemente, que já atingiu políticos, o produtor de Hollywood Harvey Weinstein, âncoras e comentaristas da NBC e NPR (National Public Radio) e o ator Kevin Spacey (o Frank Underwood da série "House of Cards"), entre outros, e se espalhou entre a sociedade americana por meio da hashtag #MeToo —"Eu também".