Com nova proposta do governo, venezuelanos prolongam negociações

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O governo de Nicolás Maduro e a oposição decidiram estender as negociações para buscar uma solução para a crise no país com uma nova proposta na mesa neste sábado (13), na República Dominicana.

O chanceler dominicano, Miguel Vargas, após 12 horas de negociações na sexta, disse considerar o encontro um sucesso. "Amanhã vamos continuar para concluir as diferentes jornadas de encontros, reuniões e diálogos", disse ele.

"Estamos muito próximos de um acordo de convivência e paz", disse Jorge Rodríguez, chefe da delegação oficial e ministro das Comunicações venezuelano, ao encerrar o segundo dia da terceira etapa de conversas, que começaram em 1º de dezembro.

Crédito: Roberto Guzman/Reuters Encontro em Santo Domingo reúne oposição e governo da Venezuela para negociações
Encontro em Santo Domingo reúne oposição e governo da Venezuela para negociações

Representantes da opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD) não deram declarações, porém, assessores da MUD afirmaram em postagens nas redes sociais que não se havia chegado a nenhum acordo pois o governo se recusava a se comprometer a oferecer condições para que as eleições presidenciais sejam livres e limpas.

Logo em seguida, as mensagens foram apagadas. Segundo um deles, aparecera uma proposta do governo a ser avaliada.

Maduro assegurou, em Caracas, que sua delegação apresentou na sexta (12) uma proposta "avançada e crível".

Além das delegações venezuelanas, participam do encontro na República Dominicana o ex-chefe de governo espanhol José Luis Rodríguez Zapatero e representantes de Chile, México, Nicarágua, Bolívia e São Vicente e Granadinas.

A principal exigência da MUD são garantias de transparência para as eleições presidenciais, nas quais Maduro deve buscar a reeleição.

Enquanto oposição e governo conversam em Santo Domingo, na Venezuela se multiplicam os protestos e os saques, que deixaram seis mortos nos últimos dias.

A escassez de alimentos e medicamentos piorou sob uma inflação anual superior a 2.000%.

PARTIDOS E ELEIÇÕES

O Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela, dominado por partidários do ditador Nicolás Maduro, determinou na quinta (11) que os principais partidos da oposição devem voltar a se registrar para participar de eleições.

O Primeiro Justiça (centro-direita), o Vontade Popular (direita) e o Ação Democrática (centro) boicotaram o pleito municipal de dezembro por considerarem o órgão enviesado e, por isso, a votação seria fraudulenta.

O CNE ratifica o decreto da Assembleia Constituinte, totalmente composta por chavistas, que determina às siglas a revalidação se não concorrem a uma eleição qualquer, em vez de pleito nacional, como previa a lei anterior.

Com isso, eles terão que reunir o apoio de 1% do eleitorado, ou cerca de 200 mil pessoas, em 27 e 28 de janeiro para poder concorrer às eleições presidenciais, que devem ser antecipadas pelo regime de Maduro.

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