Sérgio Cabral exonera petistas e cria 'supersecretário' interino
O governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), exonerou nesta sexta-feira (31) os dois secretários petistas de sua administração. A medida faz parte do rompimento entre PT e PMDB no Estado.
Para substituir os deputados petistas Carlos Minc e Zaqueu Teixeira, ex-secretários de Ambiente e Assistência Social e Direitos Humanos, respectivamente, o peemedebista nomeou interinamente um "supersecretário". Responderá pelas pastas o secretário da Casa Civil, Régis Fichtner. As exonerações e nomeação foram publicadas hoje no "Diário Oficial" do Estado.
Fichtner ficará a frente das três pastas enquanto Cabral aguarda a resposta do PSD e do Solidariedade, convidados para a secretaria do Ambiente e Assistência Social e Direitos Humanos, respectivamente.
A saída faz parte do rompimento entre PT e PMDB no Estado e se arrastou por dez meses. Desde março do ano passado, petistas estudam a saída da gestão, mas foram demovidos por três vezes pela Direção Nacional do partido. Cabral, por sua vez, pedia que o desembarque ocorresse no fim de março, quando ele também pretendia entregar o cargo.
Daniel Scelza - 5.dez.2013/Futura Press/Folhapress |
O governador Sérgio Cabral (PMDB-RJ), dá entrevista em evento no Palácio Guanabara, sede do governo |
O governador do Rio tentou por todo o tempo convencer o Diretório Nacional do PT a abortar a futura candidatura do senador Lindbergh Farias (PT) ao governo. Queria que a sigla apoiasse o nome do vice-governador, Luiz Fernando Pezão (PMDB). O PMDB do Rio ameaçou não apoiar a reeleição da presidente Dilma Rousseff caso Lindbergh seja candidato.
Após recuos, a saída do PT do governo foi marcada para o dia 28 de fevereiro, com apoio do presidente do Diretório Nacional do PT, Rui Falcão. Irritado com a decisão, Cabral se antecipou e, por e-mail, comunicou a decisão de exonerar os secretários petistas dos cargos até o fim desta semana.
O presidente do PT-RJ, Washington Quaquá, contra-atacou e determinou que todos os petistas entregasse os cargos em comissão na gestão Cabral até esta sexta-feira (31). Ele calcula que, "no máximo", 400 petistas fazem parte do governo. A sigla ainda não informou quantos entregaram os cargos. O prazo expira hoje.
Os escolhidos por Cabral para negociar os novos secretários são opositores da presidente Dilma Rousseff. O deputado Paulinho da Força (SDD) e o presidente do PSD-RJ, Indio da Costa, ambos apoiadores da candidatura do senador Aécio Neves (PSDB), decidirão os novos titulares das pastas.
A abertura do governo para opositores do PT indica que o PMDB do Rio não se acanhará em fortalecer rivais da presidente no Estado. São os primeiros movimentos para a aproximação ao PSDB. Mas a tendência atual é que, durante a campanha, Cabral e seu candidato à sucessão, o vice-governador Luiz Fernando Pezão (PMDB), declarem apoio à reeleição de Dilma.
A avaliação é que, apesar da crise, não há como se desvincular do governo federal. O eventual apoio a Aécio seria feito por deputados, cabos eleitorais, e demais políticos do PMDB do Rio.
Livraria da Folha
- Box de DVD reúne dupla de clássicos de Andrei Tarkóvski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade
- 'Fluxos em Cadeia' analisa funcionamento e cotidiano do sistema penitenciário
- Livro analisa comunicações políticas entre Portugal, Brasil e Angola
- Livro traz mais de cem receitas de saladas que promovem saciedade