Para diretor do Sesc, corte no Sistema S é 'catástrofe'
Lenise Pinheiro - 03.set.2015/Folhapress | ||
O diretor regional do Sesc São Paulo, professor Danilo Santos de Miranda |
Para o diretor regional do Sesc São Paulo, Danilo Santos de Miranda, a proposta do governo federal de transferir para a Previdência Social 30% dos repasses feitos pelas empresas ao Sistema S resultaria em "catástrofe".
Seriam atingidos programas de instituições como Sesc e Senac, Sesi e Senai, em todo o país. E "pode ter como consequência privar pessoas do emprego, muitas".
Ainda não formalizada, a medida, observa Miranda, "revela uma desconsideração absoluta por tudo o que a gente faz: cultura, educação, atividade voltada para o desenvolvimento da cidadania, tudo isso não tem a menor importância".
Ele acrescenta: "Tem o aspecto legal, esses recursos não pertencem à União, que não pode dispor deles como seu Orçamento". Segundo Miranda, juristas consultados pelas instituições dizem que o Sistema S tem "garantias constitucionais", e o conflito pode parar na Justiça.
Ele diz estranhar "esse 'manu militari', essa decisão de cima para baixo", e cobra negociação do governo federal com os presidentes das confederações e federações empresariais, que respondem pelo Sistema S.
USUÁRIOS
Falta a "percepção", segundo o diretor regional, de que "não é apenas o empresariado que será atingido". Os mais afetados seriam os usuários. "Estamos falando de milhões no Brasil inteiro. Temos 2 milhões de matriculados no Sesc SP."
O orçamento realizado pelo Sesc SP em 2014 foi de R$ 1,68 bilhão. O orçamento previsto para 2015 é de R$ 2 bilhões. Os recursos vêm de repasses das empresas paulistas de comércio e serviços, como turismo, ensino e saúde, mas não bancos. Cada uma destina valor equivalente a 1,5% de sua folha de pagamento.
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