Carlos Velloso deve recusar CGU; Márcio Elias Rosa é cotado para cargo
Adriano Vizoni-7.abr.2014/Folhapress | ||
Márcio Elias Rosa, ex-procurador-geral de Justiça do Ministério Público de SP, é cotado para a CGU |
O ex-ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Carlos Velloso, que foi sondado para assumir a CGU (Controladoria-Geral da União) em um provável governo de Michel Temer (PMDB), deve recusar o convite, como já fez a também ex-ministra do Supremo Ellen Gracie.
Segundo a Folha apurou, o nome agora cotado para o órgão, responsável pelo combate à corrupção, é o de Márcio Elias Rosa, ex-procurador-geral de Justiça de São Paulo.
Conforme apuração da reportagem, Velloso disse que não tem como aceitar um convite como esse a esta altura da vida. Pesa, segundo afirmou, a liberdade de atuar como deseja. O ex-ministro, que tem 80 anos e mantém um escritório de advocacia em Brasília, disse também que, do ponto de vista econômico, seria "um prejuízo imenso".
Rosa deixou a Procuradoria-Geral de Justiça em abril, após quatro anos à frente do Ministério Público paulista. Temer participou das duas cerimônias de posse dele no órgão.
O ex-procurador-geral fez doutorado em direito de Estado na PUC-SP com foco no combate à corrupção. Em 2013, manteve contato com Temer durante a campanha que fez contra a PEC 37, que tirava do Ministério Público a atribuição de investigar. A PEC acabou derrotada no Congresso.
CONVITES E RECUSAS
Antes de ser sondado para a CGU, o ex-ministro Velloso chegou a ser cotado para o Ministério da Justiça. No entanto, o entorno de Temer o considerava muito técnico. Assim, o nome do secretário de Segurança Pública de São Paulo, Alexandre de Moraes, passou a ganhar força. A avaliação é que ele também tem bom trânsito no meio político.
A ex-ministra Ellen Gracie declinou do convite de Temer para assumir a CGU. Conforme antecipou a coluna Mônica Bergamo, de acordo com interlocutores dela e do vice, Ellen argumentou que prefere seguir na carreira privada, onde atua como advogada e mediadora de conflitos.
Na quinta-feira (5), o advogado Antonio Cláudio Mariz de Oliveira informou ao vice-presidente, por e-mail, que não aceitaria o convite para o Ministério da Defesa.
"O meu entusiasmo seria pelo Ministério da Justiça. Como, no entanto, o vice entendeu inviável a minha nomeação em face de antigas e conhecidas opiniões a respeito da Operação Lava Jato, só me restou respeitar a sua decisão", escreveu Mariz a Temer.
O advogado disse a amigos que ficou incomodado com o fato de suas declarações críticas sobre a Lava Jato terem inviabilizado sua nomeação para a pasta enquanto outros nomes convidados para ministérios estão sendo investigados na mesma operação.
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