Vítimas de chacina em área rural em MT foram mortas a tiros e facadas
Divulgação | ||
Familiares de vítimas de chacina aguardam dentificação dos corpos em Colniza (MT) |
As nove vítimas de uma chacina ocorrida na área rural de Colniza (MT) foram mortas com tiros e facadas. Uma das suspeitas é que as mortes tenham sido encomendadas por fazendeiros da região.
A Polícia Civil de Mato Grosso deu início, na manhã deste sábado (22), à identificação dos corpos das vítimas no cemitério da cidade, mais de dois dias depois da chacina.
Segundo a Comissão Pastoral da Terra, o processo foi feito em uma sala improvisada do cemitério, já que Colniza não tem IML (Instituto Médico Legal). Familiares aguardaram do lado de fora por informações.
A perícia constatou que as mortes ocorreram por volta das 17h30 da última quarta-feira (19). Antes da análise dos corpos, a informação era de que o crime teria sido cometido na quinta.
Todos os corpos estão em estado de decomposição. Das nove vítimas, duas foram mortas com o uso de facão; as outras sete, com tiros de arma calibre 12.
Ainda de acordo com a Polícia Civil, os nove homens foram amarrados e torturados antes de serem mortos.
Cerca de cem famílias moram em um espaço batizado de Taquaruçu do Norte e foram surpreendidas por homens encapuzados, que invadiram o local e entraram nos barracos. Uma das vítimas foi encontrada com um facão cravado no pescoço.
A demora na transferência dos corpos para o local de identificação e na obtenção de informações sobre o crime se deu, segundo a Polícia Civil, devido às dificuldades de acesso à área.
Colniza fica a 1.065 quilômetros de Cuiabá. Taquaruçu do Norte, por sua vez, fica a 250 quilômetros da zona urbana, percorridos em estrada de terra –parte desse trecho em mata fechada e com pontos quase intransitáveis, devido a atoleiros. Depois, ainda é preciso percorrer 15 quilômetros de barco ou 18 quilômetros a pé. O contato telefônico é muito restrito, conforme a polícia.
O total de vítimas só foi confirmado na noite de sexta (21). Inicialmente, a polícia tinha divulgado a informação de cinco mortos.
Não há, segundo a Secretaria de Estado da Segurança Pública, pistas dos criminosos nem dos supostos mandantes da chacina. A hipótese de que conflitos agrários sejam a motivação é a principal levantada por familiares dos mortos.
Das nove vítimas, seis foram identificadas, segundo a polícia: Francisco Chaves da Silva, Sebastião Ferreira de Souza, Edson Alves Antunes, Ezequias Santos de Oliveira, Samuel Antônio da Cunha e Aldo Aparecido Carlini.
Souza, ainda conforme a polícia, é pastor evangélico. Os corpos de Silva, Antunes e Cunha estão sendo levados para Rondônia.
A Comissão Pastoral da Terra, órgão ligado à CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), qualifica o crime como um "massacre" e diz que o lugar tem histórico de conflitos agrários.
Livraria da Folha
- Box de DVD reúne dupla de clássicos de Andrei Tarkóvski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade
- 'Fluxos em Cadeia' analisa funcionamento e cotidiano do sistema penitenciário
- Livro analisa comunicações políticas entre Portugal, Brasil e Angola
- Livro traz mais de cem receitas de saladas que promovem saciedade