Juíza determina prisão domiciliar de Silval Barbosa, ex-governador de MT
Alan Marques - 9.dez.08/Folhapress | ||
O ex-governador de Mato Grosso, Silval Barbosa |
A confissão de seus crimes e uma multa de R$ 46,6 milhões aos cofres públicos sustentaram a decisão pela soltura de Silval Barbosa (PMDB), ex-governador de Mato Grosso, preso preventivamente desde setembro de 2015.
A decisão foi proferida na terça (13) pela juíza Selma Arruda, autora dos pedidos de prisão de Barbosa e de outros poderosos de Mato Grosso, investigados pela Operação Sodoma.
Segundo a ordem, o ex-governador se sentia inseguro no cárcere, "pressionado por pessoas que compromete-se a identificar futuramente", desde que surgiram boatos de que negociava delação premiada com o Ministério Público.
A colaboração premiada, porém, está descartada, segundo Delio Lins e Silva Júnior, advogado do ex-governador. Ele prestará quatro depoimentos, a partir de 5 de julho.
A juíza determinou por cinco vezes a prisão preventiva do ex-governador —duas desses prisões já haviam sido revogadas por habeas corpus, mas Barbosa permanecia preso em razão de pedidos posteriores no âmbito da Sodoma.
Apelidada de Lava Jato pantaneira, a Sodoma apura desvio em compras de terrenos, fraude em licitações e propina para cobrir custos de campanha. A força tarefa também rendeu a Selma Arruda o título de 'Sergio Moro de saias', por sua atuação considerada rigorosa como a do colega curitibano.
Barbosa confessou o recebimento de propinas por secretários de seu governo pela manutenção de contratos e por despropriações de terrenos para construção de obras públicas, além de doações ilegais para campanhas eleitorais de seus aliados.
O peemedebista é citado na delação de executivos da JBS, inclusive do próprio empresário Wesley Batista, por operar um esquema de subornos em troca de vantagens na cobrança do Prodeic, um tributo mato-grossense.
Silval Barbosa era vice de Blairo Maggi, ministro da Agricultura do governo Temer. Substituiu o governador, que se licenciou para concorrer ao Senado e venceu a eleição de 2010.
Ele cumprirá prisão domiciliar, com tornozeleira eletrônica, e não poderá se comunicar com outros réus da Sodoma ou testemunhas do caso. À exceção de seu filho, Rodrigo Barbosa, que chegou a ser preso durante a operação. Selma Arruda permitiu o contato entre os dois "por questão humanitária".
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