'Sou linda e manchada', diz nutricionista que tem vitiligo
O irmão caçula da nutricionista paulista Priscila Guedes, 35, sofreu bullying na escola. O motivo: ser gordinho.
Guedes consolou o irmão: "Eu disse para ele explicar aos amigos que não é todo mundo igual: tem o gordo, o magro, o branco, o preto, o manchado. Meu irmão riu".
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A nutricionista ostenta na pele as manchas brancas do vitiligo. Na doença, ocorre a diminuição ou ausência das células responsáveis pela formação da melanina, pigmento que dá cor à pele.
"Vitiligo não coça, não dói, é só um suicídio dos melanócitos", brinca Guedes.
É com esse bom humor que ela lida com sua condição há muito tempo. "Quando o vitiligo apareceu, eu tinha dez anos, e o mais chato para mim não era a mancha, mas o ritual do tratamento, tomar sol com minha mãe cronometrando os minutos", conta.
Só na pré-adolescência Guedes passou pela fase de se esconder, usar calças compridas para cobrir as manchas, que surgiram nos joelhos naquele período. Mas a fase não durou muito.
"Nunca deixei de fazer algo por causa do vitiligo. Na formatura da oitava série, surgiu uma mancha no olho, mas fui à festa assim mesmo,: sou linda e manchada", diz.
A autoconfiança da nutricionista vem junto com os cuidados com a saúde e a estética –ela é bem-resolvida com as manchas, mas não dispensa uma maquiagem.
"Sempre usei corretivo para olheiras, porque não usaria sobre as manchinhas? Gosto de me cuidar, estar com a pele tratada, fazer as unhas. Aliás, saio de casa manchada, mas nunca com as unhas malfeitas", afirma.
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