NATÁLIA PORTINARI
ENVIADA ESPECIAL A LAS VEGAS

O Google desta vez conseguiu que seu assistente pessoal ganhasse mais destaque que o da rival Amazon no primeiro dia da CES, feira de eletrônicos que teve início em Las Vegas (Estados Unidos) nesta segunda-feira (8).

Se, no ano passado, o grande destaque da LG na CES foi uma geladeira inteligente integrada com a Alexa, da Amazon, neste ano o Google Assistente conseguiu ser o centro das atenções na apresentação da fabricante.

A LG anunciou uma TV com inteligência artificial que usa o Assistente, do Google, para mudar de canal e fazer buscas na internet via comando de voz. Durante o evento, a Alexa, que continua integrada ao sistema da marca sul-coreana, foi citada apenas algumas vezes.

Na CES desta ano, as duas empresas prometem uma disputa acirrada para definir quem consegue usar seus assistentes pessoais no maior número de objetos domésticos, como geladeiras, máquinas de lavar e televisões.

No ano passado, a Alexa saiu vitoriosa na feira de Las Vegas (um dos maiores eventos mundiais de tecnologia) e nas vendas.

Estudo da consultoria Consumer Intelligence Research Partners mostrou que, nos EUA, de janeiro a setembro de 2017, as vendas do Echo (que usa a Alexa, da Amazon) chegaram a 20 milhões, ante 7 milhões do Google Home.

Ambos são alto-falantes inteligentes que se comunicam com os objetos da casa. Eles não estão disponíveis no Brasil, já que os algoritmos de de linguagem em português ainda engatinham.

O Google, porém, tem se empenhado com uma campanha agressiva de marketing e parcerias para arranhar o domínio do Echo, de Jeff Bezos, o que ficou aparente no primeiro dia da CES, nesta segunda-feira.

A Philips também anunciou uma televisão inteligente de 24 polegadas, com foco em ajudar quem está cozinhando, que é integrada com o sistema Android. A Hisense, empresa americana, mostrou novas televisões com Alexa e Assistente.

SEM PRESSA

Nos anúncios de pequenas empresas, a bola ainda está dividida. O iDevices, por exemplo, chamou a atenção com um interruptor de parede que vem com uma Alexa embutida.

Apesar do afã das fabricantes, ainda não se sabe se consumidores vão aderir às casas conectadas. Uma pesquisa da Experian, de 2016, constatou que menos de 30% de quem compra o Echo usa o dispositivo frequentemente.

"O mercado tem de resolver a integração [entre os objetos], mas é uma comodidade. O ser humano não nasceu para ficar com dois dedos numa tela de vidro digitando. É mais natural interagir por voz", diz Pietro Delai, analista da consultoria IDC no Brasil.

Na apresentação da linha de eletrodomésticos ThinQ, da LG, o vice-presidente de marketing da LG, David VanderWaal, passou por uma saia justa ao tentar usar a robô CLOi —ele pediu ajuda para configurar a máquina de lavar e foi ignorado.

A jornalista viajou a convite da Qualcomm

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