Feira de tecnologia em Las Vegas tem poucas novidades e apagão

Crédito: David Becker/AFP A judoca Stefannie Arissa Koyama, que disputará o Mundial de Budapeste pela seleção brasileira
Maior feira de eletrônicos do mundo ficou sem luz por mais de uma hora

NATÁLIA PORTINARI
ENVIADA ESPECIAL A LAS VEGAS

A maior feira de eletrônicos do mundo, a CES, em Las Vegas, ficou sem luz por duas horas na manhã desta quarta-feira (10), das 11h20 às 13h20, afetando a agenda dos exibidores. Os visitantes foram retirados do local enquanto durou o problema.

Um dos transformadores que fornece energia ao evento foi afetado pela chuva, disse a CTA (Associação de Tecnologia para Consumo), que organiza a convenção. Na segunda e terça-feira, choveu em Las Vegas pela primeira vez em 115 dias.

Falhas como essa afetam principalmente as pequenas empresas de tecnologia, que pagam milhares de dólares por um espaço disputado no centro de convenções da cidade.

A feira segue sem grandes novidades e focada em internet das coisas. Os lançamentos são um repeteco da edição do ano passado —itens conectados que vão desde carros até chuveiros e plugs de tomada.

Neste ano, porém, as fabricantes têm tomado mais cuidado para demonstrar que usuários conseguem se aproveitar desse tipo de tecnologia sem dificuldades, e que ela pode ser atraente para gerar receitas no setor de serviços e varejo.

"Nós ouvimos falar de idosos e de crianças que acham que é mais natural interagir com a tecnologia através da voz, então esperamos enfrentar pouca resistência dos usuários", diz Lilian Rincon, diretora do Google Assistente.

O Assistente é um de muitos sistemas —como Siri (Apple ), Cortana (Microsoft), Bixby (Samsung) e a líder de vendas Alexa (Amazon) —que podem interligar uma casa conectada.

"Sentimos que neste ano o produto já estava maduro para uma campanha de marketing maior", afirma Rincon. Em Las Vegas, propagandas em ônibus, telões e hotéis ostentam o slogan "Hey Google", comando usado para chamar o assistente pessoal.

Quem visita o estande do Google, na CES, responde a uma pesquisa de opinião para dizer se concorda com as seguintes afirmações: "Para todo lugar que olho em Vegas, vejo o Assistente." "Vi a Alexa, da Amazon, em todos os lugares." "É mais provável que use o Assistente do que a Alexa."

Além de preocupado com a concorrência, o Google também a imitou. Após a Amazon fazer sucesso com o Echo Show, um assistente pessoal com um display (e não apenas um alto-falante), as parceiras Sony, JBL, LG e Lenovo lançaram tablets para o Assistente na CES.

"Percebemos que algumas coisas não faziam sentido estar apenas no alto-falante [sem tela, que é Google Home], como quando temos que mostrar o melhor caminho para chegar no trabalho", diz Rincon.

Para a diretora do Assistente, a prioridade não é lucrar com o serviço ainda —com anúncios, por exemplo— e sim se adiantar para que o Google esteja à frente das casas conectadas, quando elas forem, de fato, aceitas pelo mercado consumidor.

Apesar de a Amazon não ter investido tanto em publicidade, ela não fica para trás e tem o dispositivo mais vendido nos Estados Unidos, o Echo. A Toyota e a Lexus anunciaram na feira que irão integrar o sistema da Amazon em seus carros, assim como outras marcas.

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