Ganhou os principais prêmios destinados a jornalistas e escritores. Integra uma incubadora de projetos de Harvard (Advanced Leadership Initiative). Desenvolve o Catraca Livre, eleito o melhor blog de cidadania em língua portuguesa pela Deutsche Welle. É morador da Vila Madalena.
Pedágio urbano: já não me sinto um tolo
Há anos venho defendendo aqui a ideia de que mais cedo ou mais tarde os governantes terão de implantar o pedágio urbano, apesar de sua impopularidade.
Note, caro leitor, que é o único imposto que eu apoio.
Apoio porque, se o dinheiro for usado para melhorar transporte público, é um jeito de fazer as cidades mais decentes, tirando carros da rua.
Confesso que me sentia tolo. Isso porque vinham críticas de todos os lados. Mesmo os especialistas em trânsito (tirando raras exceções) não queriam levar pauladas públicas. Políticos, nem pensar, afinal vivem de voto, a maioria está mais preocupada com a próxima eleição.
Para completar, pesquisas de opinião diziam que nem 1% apoiava o pedágio urbano.
Não me sinto mais tolo por causa da pesquisa que acaba de ser divulgada pelo Ibope: 27% apoiam o pedágio urbano. E quase a metade quer aumento do rodízio.
Isso significa não ser tolice imaginar que, um dia, teremos um estadista municipal para fazer as pessoas pagarem pelo espaço que usam na rua, pensarem duas vezes antes de usar o carro e, com isso, além de diminuir a poluição, ajudar o transporte público.
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