Símbolo do Corinthians, Romero supera gozações e avaliação de Tite
Paulo Whitaker/Reuters | ||
Romero comemora após fazer gol da vitória do Corinthians sobre o Palmeiras |
O grande momento de Ángel Romero no Campeonato Brasileiro não foi um gol, uma assistência ou um drible. Após dividida no clássico com o São Paulo, em junho, a bola foi para o alto. O paraguaio esperou a queda e, assim que a dominou, apontou para ela, para mostrar que sabia como fazer aquilo.
O Itaquerão foi à loucura.
Até os jogadores, após a vitória por 3 a 2, lembraram do lance no vestiário e brincaram com o jogador.
Foi a resposta de um atacante que se cansou de tentar dar explicações. Poucas semanas antes, em matéria do "Esporte Espetacular", da TV Globo, o apresentador fez brincadeira sobre a capacidade de domínio de bola de Romero. Ele jogou uma bola para o paraguaio controlá-la no peito. Esta escapou. O vídeo viralizou nas redes sociais.
Cinco meses depois, Romero é um dos símbolos da campanha do Corinthians. O time pode garantir o título nacional nesta quarta (15), com vitória sobre o Fluminense.
"Romero é fundamental. Cumpre a função, não desiste de nenhuma bola. A entrega dele é completa", elogia o técnico Fábio Carille.
Ele nem sempre foi visto assim. Em janeiro de 2015, durante a pré-temporada do Corinthians nos Estados Unidos, Tite disse ter dúvidas sobre a condição técnica do atacante para jogar em uma equipe como o Corinthians. Como voltaria a acontecer no futuro, Romero teve paciência e fez parte do elenco campeão brasileiro daquele ano.
PERSONALIDADE
O paraguaio não é de confronto. Diversas vezes incomodou-se com brincadeiras sobre o seu futebol e sua nacionalidade. Os questionamentos à sua categoria também o aborreceram. Não publicamente. Ele não escolheu brigar com a imprensa. Preferiu evitar as entrevistas.
Romero tem admiradores no futebol. E não estão apenas no Corinthians.
Danilo Verpa/Folhapress | ||
Jogadores do Corinthians fazem selfie após gol de Romero |
Em conversa com amigos, Alexandre Mattos, diretor de futebol do Palmeiras, disse que quando estava no Cruzeiro quis contratar Romero.
"E não era o Óscar. Era o Ángel mesmo", afirmou.
O meia Óscar Romero, hoje no Alavés, da Espanha, é considerado melhor tecnicamente do que seu irmão gêmeo, Ángel.
Romero se tornou titular indiscutível do Corinthians em 2017 porque resume o que é a equipe sob o comando de Fábio Carille. Disciplina tática e entrega tão grandes que Tostão, colunista da Folha, o chamou de "secretário do lateral", pela ajuda que oferece na marcação aos adversários pelos lados do campo.
No Corinthians desde 2014, ele teve de aprender a viver longe da família e, principalmente, do irmão gêmeo, a quem é muito ligado.
Nos primeiros meses no clube, era comum nos dias de folga, mesmo que fosse apenas um, ele pegar um avião e ir para o Paraguai passar algumas horas com familiares ou a Buenos Aires, onde Óscar jogava pelo Racing.
Levou algum tempo para ele se acostumar com a distância. Menos do que foi preciso para a torcida entender que papel ele poderia ter na equipe. "O papel do Romero para o time às vezes não é percebido. Ele é muito importante", elogia o atacante Jô.
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