Sem ferrovia, Santos pressionará Rodoanel
O atraso nas concessões de ferrovias do governo federal pode acabar por despejar mais 200 mil caminhões por ano nas estradas do Estado de São Paulo, principalmente no Rodoanel, a partir de 2015, ampliando a dependência do porto de Santos do transporte rodoviário.
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Esse volume corresponde ao número de viagens de caminhões de 25 toneladas necessárias para substituir trens de carga que hoje cruzam a área central da capital transportando açúcar, soja, contêiner, bauxita e aço do interior do país para Santos e também para o Sul.
A partir do próximo ano, essa circulação de cargueiros não poderá mais ser feita. É que a CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) vai aumentar a quantidade de trens de passageiros na ferrovia e avalia que será "inviável" continuar a compartilhar as linhas com o transporte de carga.
Em 2012, entre 4 milhões e 5 milhões de toneladas de produtos atravessaram a região central da cidade em trens. Esse volume só poderá continuar a ser transportado por ferrovia quando pelo menos um dos novos trechos do Ferroanel de São Paulo estiver pronto.
A obra faz parte de um corredor ferroviário de exportação que interliga o Centro-Oeste ao maior porto do país.
IDAS E VINDAS
Em 2011, os governos federal e de São Paulo decidiram fazer em parceria os trechos Sul e Norte do Ferroanel. A intenção era começar a obra do trecho Norte junto com o Rodoanel, o que aceleraria e baratearia as obras.
Mas indefinições do governo federal sobre como construir a ferrovia fizeram com que, até hoje, o Ferroanel não tenha sequer licitação em andamento. A avaliação é que será impossível concluí-lo no ano que vem, como previsto inicialmente.
Com isso, as alternativas são: reduzir horários para o transporte de passageiros, deixar de transportar a carga --o que pararia algumas indústrias-- ou transportá-la em 200 mil viagens de caminhão.
Essa última alternativa representaria um incremento de cerca de 2% na movimentação média diária do trecho do Rodoanel, segundo dados do DER-SP de 2012.
VOLUME EM DOBRO
Levantamento feito pela Folha, com base nos números do governo, demonstra que o volume de carga transportada sobre caminhões para Santos quase dobrará em dez anos.
Do movimento total de 230 milhões de toneladas previstos para 2024, o transporte rodoviário será responsável por 150 milhões de toneladas. A ferrovia será responsável por transportar 80 milhões de toneladas.
Em 2013, quando o porto movimentará 110 milhões de toneladas, a divisão será a seguinte: 83,6 milhões toneladas transportados por caminhões; e 26,4 milhões de toneladas, por ferrovia.
"É evidente que o governo, com a aprovação da MP, deve discutir a redistribuição da carga para outros portos", disse Renato Barco, presidente da Codesp, administradora do Porto de Santos.
*
SERRA ABAIXO
CAMINHOS DA CARGA
Em 2013
110 milhões de toneladas é a movimentação de carga prevista para Santos
76% irão por caminhão
24% irão por trem
Em 2024
230 milhões de toneladas é a movimentação prevista
65% irão por caminhão
35% irão por trem
Editoria de Arte/Folhapress |
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Comentários
Ver todos os comentários (11)Ricardo
24/05/2013 18h01 DenunciarRicardo
24/05/2013 17h52 DenunciarA ferrovia entre Itirapina - Campinas - Mairinque - Santos possuirá, neste sentido, capacidade mínima de 46 milhões de toneladas por ano ao final de 2014 após as obras de duplicação pagas pela Rumo-COSAN na concessão da ALL. Este cálculo considera 1 trem por hora, com 80 vagões, peso bruto total de 8.150 toneladas e 6.350 toneladas úteis. A falta do Ferroanel Norte-Leste, cujo usuário será a MRS, a qual busca cargas na hidrovia Tiete-Paraná, reduzirá a competitividade ao produtor.
REFORMA TRIBUTÁRIA JÁ
24/05/2013 12h11 Denunciarpor que não passam a carga depois das 22 e até 5 da manha ? os trens ficam muito mais vazios no horário. ta me cheirando politicagem aí !!!
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O gargalo atual não encontra-se na ferrovia, mas sim nas pontas, que são os terminais de carregamento e os terminais portuários. Santos possui um bom nível de estoque estático portuário, embora deva ser incrementado. Estes terminais portuários pecam pelas baixas taxas de carregamento dos navios, basicamente por terem esteiras transportadoras inadequadas à demanda atual. Ampliando-se estas esteiras seria possivel aumentar o giro dos terminais, chegando-se a dobrar a capacidade de alguns destes.