Pfizer suspende venda da insulina inalável Exubera
A Pfizer anunciou nesta quinta-feira (18) que vai interromper mundialmente a comercialização do medicamento Exubera, a primeira insulina em pó, inalável. De acordo com a empresa, a decisão foi tomada devido à baixa aceitação do produto no mercado e não está relacionada a possíveis problemas de saúde causados pelo medicamento.
O Exubera foi desenvolvido pela empresa Nektar, que licenciou o remédio para comercialização pela Pfizer. O desenvolvimento do medicamento levou cerca de 15 anos, até que fosse lançado nos Estados Unidos em agosto de 2006. No Brasil, está presente desde maio deste ano.
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2 mil pessoas usam o Exubera no Brasil, mas Pfizer achou pouco |
Trata-se da primeira alternativa para as pessoas que sofrem de diabetes, para a substituir o método tradicional de medicação da insulina, por meio de injeções. Prometia ser revolucionária.
"A Pfizer não encontrou a receptividade esperada por parte do mercado, por isso resolvemos direcionar recursos para outros investimentos", informa João Fittipaldi, diretor médico do laboratório.
Fracasso
Segundo ele, atualmente apenas 2.000 dos 11 milhões de diabéticos no Brasil estão utilizando o medicamento, número que a companhia considerou insuficiente. No mundo, estaria ocorrendo o mesmo. Com isso, a Pfizer resolveu devolver os direitos do produto para a Nektar.
A companhia ressalta que os pacientes não devem interromper o uso imediatamente, já que o produto ainda será vendido durante um tempo, até que a retirada seja aprovada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Os usuários devem consultar um médico para escolher outro tratamento.
Surpresa
De acordo com Antonio Roberto Chacra, ex-presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes, a notícia, divulgada nesta quinta-feira (18), "caiu como uma bomba" no congresso internacional da instituição, que está sendo realizado em Campinas.
"Não tivemos qualquer notícia de alguma coisa que causasse a suspensão do remédio. Ele é eficaz, tem boa ação, ou não teria sido aprovado. Estranhamos porque a decisão foi abrupta", afirma o médico.
Segundo ele, uma hipótese para a baixa aceitação do produto foi a falta de portabilidade. O inalador utilizado para tomar a medicação seria muito grande e grosso. "Não dá para carregar na bolsa, para uma festa, um jantar. No caso da injeção o paciente pode aplicar mais discretamente", afirma.
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