Cientistas descobrem 17 variações genéticas ligadas à depressão
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A depressão é uma das principais causas de invalidez no mundo todo |
Cientistas descobriram novas evidências de um risco hereditário para a depressão e revelaram 17 variações genéticas ligadas ao transtorno depressivo maior (MDD). A descoberta, divulgada nesta segunda-feira (1°), deverá aumentar a compreensão da biologia por trás do MDD e abrir caminhos para tratá-lo, afirmou a equipe na revista científica "Nature Genetics".
O MDD, também conhecido simplesmente como depressão, é considerado um transtorno mental que a maioria dos especialistas acredita que seja causado por uma combinação de fatores genéticos e ambientais.
De acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde), a depressão é uma das principais causas de invalidez no mundo todo, afetando cerca de 350 milhões de pessoas. O transtorno pode causar mudanças de humor, fadiga e perda de sono e de apetite.
O novo estudo é o primeiro a encontrar associações genéticas com o MDD entre pessoas de ascendência europeia. A única evidência de DNA encontrada anteriormente havia sido entre asiáticos.
"Esperamos que esses resultados ajudem as pessoas a compreender que a depressão é uma doença do cérebro com sua própria biologia", disse o coautor do estudo Roy Perlis, do Hospital Geral de Massachusetts. "Agora vem o trabalho duro de usar esses novos entendimentos para tentar desenvolver melhores tratamentos", acrescentou Perlis, em um comunicado.
A equipe usou dados disponíveis on-line –os perfis genéticos de mais de 450 mil pessoas, compartilhados voluntariamente para serem usados nesse tipo de pesquisa. Entre elas, cerca de 121 mil relataram um histórico de depressão.
As variantes genéticas compartilhadas estavam em locais do genoma envolvidos no nascimento de neurônios no cérebro em desenvolvimento, disseram os pesquisadores. Elisabeth Binder, do Colégio Europeu de Neuropsicofarmacologia, disse que o estudo é um avanço importante para a genética da depressão.
A descoberta representa "um primeiro vislumbre de luz no horizonte para médicos e pacientes de que, no futuro, poderemos ser capazes de basear o diagnóstico e o tratamento na biologia", disse a pesquisadora, por intermédio da organização Science Media Centre, em Londres.
Mas Jonathan Flint, da Universidade da Califórnia, em Los Angeles, observou que as pessoas que participaram do estudo relataram elas mesmas os seus históricos de depressão, em vez de fornecerem um registro médico formal. Como resultado, a associação observada "pode não ter nada a ver com o transtorno depressivo maior", advertiu Flint.
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