Fundador do Partido Novo. Formado em engenharia civil e administração de empresas, foi sócio do banco BBA e vice-presidente do Unibanco. É sócio do instituto Casa das Garças.
Os brasileiros querem 'chegar lá'
Conforme afirmei no artigo da semana passada, o debate eleitoral em curso está privilegiando a análise da viabilidade das candidaturas.
O que gostaria de discutir é o Brasil que queremos. Afinal, qual é o Brasil onde gostaríamos de viver? Qual é o país dos nossos sonhos?
Meu desejo seria um Brasil seguro, simples e livre, onde todos possam chegar lá. E o que isso significa?
Um Brasil seguro: essa é a primeira e mais importante preocupação. O Estado precisa proteger a nossa vida, a nossa propriedade, a nossa liberdade e assegurar que as leis sejam cumpridas.
Um país simples: uma sociedade baseada em princípios e valores, com foco no essencial, sem burocracia. Leis em excesso servem apenas para criar mecanismos de poder para as instâncias públicas e devem ser revistas e, sempre que cabível, revogadas.
Um país livre: onde o cidadão tenha liberdade e responsabilidade para ser o protagonista de sua vida, sem a tutela do Estado. Um Estado paternalista, como é o nosso atual, prejudica a iniciativa das pessoas, sua evolução e a geração de riqueza.
Um país onde todos possam chegar lá: um modelo de Estado que privilegie a educação básica e o livre mercado e, assim, permita que cada brasileiro, com liberdade, possa se desenvolver e realizar seus projetos de vida. Nesse cenário teremos um ambiente propício ao empreendedorismo, a criação de empregos e ao combate efetivo da pobreza.
Não cabe ao Estado a tarefa de planejar a nossa vida. Com a justificativa de nos "proteger", ele acaba, na maioria das vezes, nos limitando e reduzindo nossa capacidade de inovar.
Esse Brasil desejado passa, contudo, por uma questão essencial: o equilíbrio das contas públicas.
É fundamental que os representantes eleitos tenham responsabilidade com as próximas gerações. Devemos priorizar, desde já, medidas e reformas que equilibrem nossas despesas com as receitas. E na realidade atual esse equilíbrio necessariamente terá de vir pela redução dos gastos públicos.
Não podemos condenar nossos descendentes a arcarem com uma carga tributária –tão ou mais elevada do que pagamos hoje– para fazer frente a uma dívida crescente, em razão de privilégios concedidos.
Recursos públicos para partidos políticos, empréstimos subsidiados para grandes empresas, barreiras protecionistas, aposentadorias diferenciadas para servidores públicos, mordomias para parlamentares e membros do Judiciário são alguns dos exemplos de gastos que não cabem mais no bolso do pagador de impostos e precisam ser revistos.
Precisamos buscar um modelo que nos torne mais imunes a maus gestores públicos. Atualmente, com o gigantismo do Estado brasileiro e com a sua interferência em nossas vidas, ficamos reféns e desprotegidos das consequências das atitudes dos nossos políticos.
Somente com um Estado menos intervencionista os brasileiros conseguirão "chegar lá".
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