Vaivém das Commodities
Por Mauro Zafalon
Mauro Zafalon é jornalista e, em duas passagens pela Folha, soma 40 anos de jornal. Escreve sobre commodities e pecuária. Escreve de terça a sábado.
Cereser volta às origens e investe na produção de vinho fino no Sul do país
Poucos sabem, mas a tradicional fabricante da sidra Cereser iniciou suas atividades no mercado brasileiro de bebidas como Indústria de Vinhos Santa Isabel, em 1926.
A produção artesanal de vinhos era feita pela família do fundador, Massimiliano Cereser, em um sítio em Jundiaí (SP). Os negócios cresceram, mas, com a redução no cultivo da fruta na região, a empresa reviu a sua estratégia. No fim da década de 1960, lançou a sidra Cereser, que se tornou líder de mercado.
Mas a recente alta da renda e mudanças no perfil de consumo levaram a Cereser a traçar novos planos para a atividade que a originou.
Segundo José Fontelles, diretor comercial da Cereser, a empresa está finalizando um investimento de R$ 2,5 milhões na produção de vinhos finos e espumantes, em um modelo de parceria com a Cooperativa Vinícola São João, que atua há 80 anos em Farroupilha, na serra gaúcha.
O valor foi aplicado na compra de uma nova linha de produção de vinhos, na modernização da estrutura da cooperativa e em distribuição.
A Cereser já atua timidamente no mercado de vinhos finos, mas a produção é terceirizada, o que limitava a expansão. "Com a produção nesse modelo de parceria, ganhamos competitividade", afirma Fontelles.
Além de buscar um novo público, com a produção de vinhos finos a Cereser também pode reduzir a sazonalidade de suas vendas --o consumo de sidra está muito mais ligado às festividades de final de ano do que o de vinhos finos ou de espumantes, segundo Fontelles.
Os novos produtos chegam ao consumidor em setembro, com preços de R$ 10 a R$ 20 no Estado de São Paulo.
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Pedido oficial A Abrafrigo, associação dos pequenos e médios frigoríficos, enviou ontem ofício ao Conar (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária) pedindo a interrupção da campanha publicitária da marca Friboi, que pertence à JBS.
Queixa Para a associação, a campanha, protagonizada pelo ator Tony Ramos, induz o consumidor a acreditar que apenas uma marca de carne bovina passa por inspeção e controle de origem.
Sem efeito O ofício, no entanto, não deve ter efeito. Para solicitar a intervenção do Conar em campanhas publicitárias, empresas ou associações devem ser associadas ao órgão regulador --o que não é o caso da Abrafrigo.
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Embarque de óleo ensaia recuperação em agosto
A recuperação da produção nacional de petróleo começa a ter reflexos nas exportações, prejudicadas nos últimos meses pela baixa oferta.
Em agosto, os embarques de óleo cru atingem US$ 52,7 milhões por dia, um aumento de 75% em relação à média diária de julho, segundo a Secretaria de Comércio Exterior.
Em relação ao mesmo período do ano passado, no entanto, elas ainda caem --48%.
Já os embarques de óleos combustíveis continuam em forte queda: 65% ante julho.
A exportação de petróleo, um dos principais produtos da pauta brasileira, é fundamental para a melhora da balança comercial do país.
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Soja
Preço começa a semana com forte aumento
A expectativa de menor produtividade para a safra de grãos nos EUA elevou o preço da soja no mercado externo. Em Chicago, o primeiro contrato, com vencimento em setembro, subiu 3%. No país, a oleaginosa subiu 2,4%, segundo pesquisa da Folha, influenciada também pela valorização do dólar.
TATIANA FREITAS (interina) e MARIANA BARBOSA
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