CRÍTICA
Restaurante da Turma da Mônica tem comida sofrível e serviço ruim
Uma fila histérica se formou em frente à Chácara Turma da Mônica (ex-Chácara Santa Cecília) na semana da inauguração, no final de setembro. Crianças excitadas, pais impacientes e uma horda de funcionários desorientados.
A bagunça vazava inclusive para a rua. O serviço de manobrista não deu conta da demanda. O trânsito parou. Na primeira visita ao restaurante (o bufê varia de R$ 42 a R$ 89 e inclui recreação), enfrentei o perrengue. Em vão. Ao sentarmos à mesa, num jardim agradável (coisa rara em São Paulo), fomos ignorados pelos garçons -experiência que se repetiu nas demais visitas.
Levantei e fui embora. Sem comer –e com uma criança de menos de dois anos no colo, também faminta e em transe absoluto, diante das réplicas gigantes dos personagens da Turma da Mônica.
Mal sabia que estava saindo no crédito. A comida dali, exposta em bufê, é ruim. A começar pela presença massiva de frituras: minipastéis (murchos e borrachudos), batatas smile, nuggets, todos eles mornos ou frios.
No restante da ala dos quentes, tudo brilha. Postas de peixe nadam no óleo, idem para as rodelas de linguiça, duras. Os filés de frango têm a vantagem de serem feitos na hora, mas são achatados contra a chapa com força e insistência: ficam ultrafinos e sem sumo algum.
Há também uma tentativa de embalar itens como guacamole (pastoso, sem sinal de tempero) em tacos -mas estes estavam quebrados e a missão teve de ser abortada.
Nem a couve se salva: gordurosa e amarelada.
Bem, a bancada dos frios não é nenhum alento –sobretudo no jantar, quando fica mais mirrada. (Aliás, aqui, vale um parêntese: à noite, também parece haver um rodízio de pizzas incluído no preço. Quase uma hora na mesa, porém, e nenhuma pizza nos foi oferecida.)
De volta aos frios: não há o básico. As folhas, por exemplo, são pálidas e mal-ajambradas. Uma "torta" detonada de ricota tinha em sua base um creme alaranjado. "O que é?", perguntei a um garçom. "Creme de cenoura", disse. Pois era cheddar. Também arrisquei provar um salpicão -seco e insosso.
Entre os molhos, o de mostarda é um "deus-nos-acuda": denso e para lá de ácido, de amarrar a garganta. Fico me perguntando se a Magali iria encarar. Será?
O atendimento não alivia em nada: os funcionários não sabem sequer informar quais itens são da Seara, marca que patrocina o espaço. E desaparecem ao longo das refeições.
Surgem, vorazes, porém, no final do expediente, para limpar as mesas (em geral, uma zona –capitão Feio na área?) e fechar a casa. Encerram bruscamente a nossa refeição, e não sei se é uma grosseria ou um favor que nos fazem. Vamos todos para casa.
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