crítica
Novo Rinconcito alegra o centro com cozinha peruana vibrante
Luiza Fecarotta/Folhapress | ||
Arroz chaufa de carne da nova unidade do Rinconcito Peruano |
O peruano Edgard Villar hoje cuida de quatro restaurantes típicos de seu país em São Paulo, nos quais serve pratos fartos, intensos e vibrantes a bons preços. Vivem apinhados de gente.
Rebobine, por favor. Bem, o cozinheiro abriu a matriz de seu Rinconcito Peruano há 11 anos, no centro. Acessado por uma escada estreita, fica nas bandas da cracolândia, na rua Aurora. Pois antes, vendeu marmita na rua e foi camelô de bijuterias –estas, apreendidas pela polícia.
Rebobine, por favor. Edgard passou oito dias no ônibus para chegar em São Paulo, onde teve de trabalhar, nos primórdios, por cama e comida.
Decerto, essa história romanesca, cheia de percalços, renderia uns escritos e tanto. Mas, vamos à comida provada na unidade recém-aberta, na República.
Brilham os ceviches: nacos de peixe mais frutos do mar são embebidos em uma marinada de sabor potente, feita à base de limão, com reforço bem-vindo de pimenta, coentro e um pouquinho de leite, como conta o garçom (quase toda a trupe é peruana).
Ganham incremento com a presença de batatas, camote (este, outro tubérculo comestível) e milhos graúdos fritos, croc-croc –as folhas de alface são bem Amália Lucy, só fazem cena.
Uma ala dedica-se aos empanados fritos, secos e crocantes –o chicharrón misto, com pescado e frutos do mar (cuja suculência e textura são bem conservadas) sai por R$ 41,90 a menor porção (que, fique o registro, é enorme).
As frituras podem ser besuntadas em um creme de pimenta feito na casa, amarelo, com a picância da pimenta-dedo-de-moça tinindo mais o característico sabor do coentro (ame ou odeie).
Luiza Fecarotta/Folhapress | ||
Ceviche misto de peixe e frutos do mar do Rinconcito Peruano |
Os talharins ficam devendo em ponto (molengo) e sabor (insosso diante da potência que a casa é capaz de alcançar).
Já o arroz chaufa (R$ 21,90), um misturadão com ovo mexido, tiras de carne (esta, um pouco borrachenta) e shoyu, recupera força.
Para beber, a chicha morada, feita à base de milho-roxo e especiarias, é refrescante (mas ultradoce) e servida em jarra.
Arremate com o suspiro limeño (R$ 6,90), típico de Lima. Combina-se doce de leite com o alcóolico pisco (aguardente de uva) e, sobre o creme, claras batidas em ponto de suspiro polvilhadas com canela (que rouba um pouco a cena, mas está harmônica ali).
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