Polícia Federal prende suspeitos de incitar crime pela internet
A PF (Polícia Federal) prendeu na manhã desta quinta-feira (22) dois homens, em Curitiba (PR), por suspeita de apologia à violência e discriminação contra mulheres, negros, nordestinos, homossexuais e judeus na internet.
De acordo com a PF, o brasiliense Marcelo Valle Silveira Mello, 29, e o curitibano Emerson Eduardo Rodrigues, 32, planejavam um massacre de alunos da UnB (Universidade de Brasília), além de publicarem conteúdo racista.
Eles mantinham o domínio silviokoerich.org, que continha textos ilustrados com fotos de mulheres decapitadas e frases que incitavam o estupro e morte de mulheres que mantinham relações sexuais com negros. No mesmo endereço, eles também pediam a legalização da pedofilia.
Segundo Flúvio Garcia, delegado do Núcleo de Repressão aos Crimes Cibernéticos da PF, que trabalha há dez anos na área, esse é um dos casos mais graves que ele já viu, não só pela discriminação, mas pela pregação do extermínio.
O site da ONG SaferNet, que monitora casos de apologia à violência e racismo, registrou até a semana passada 69.729 denúncias contra o site.
A página ainda estava no ar hoje. Ela está hospedada num provedor da Malásia e, segundo a PF, foi pedido ao país para que a desative.
AMEAÇAS A ESTUDANTES DA UNB
Texto publicado no dia 12 de março dá a entender que os suspeitos pretendiam matar alunos do curso de ciências sociais da UnB. "A cada dia que se passa fico mais ansioso, conto as balas, sonho com os gritos de vagabundas e esquerdistas chorando, implorando para viver", diz um trecho.
De acordo com a PF, o brasiliense Mello, que é técnico de informática, era o principal responsável pelo site e em seu quarto de hotel, em Curitiba, foi apreendido o mapa de uma casa em Brasília em que são realizadas festas de alunos da Unb. Mello já cursou letras na instituição.
Em 2009, ele foi condenado por racismo na internet ao ofender, quatro anos antes, colegas favoráveis às cotas raciais na universidade.
Em 2006, depois de abandonar o curso, ele foi desligado da universidade. Um processo disciplinar ainda corre contra ele.
O suspeito trabalha para uma empresa que presta serviços para o Conselho da Justiça Federal e, segundo a PF, utilizava a conexão do órgão para publicar material racista. Em sua conta bancária foram encontrados R$ 500 mil. O dinheiro foi bloqueado.
Ainda segundo a PF, Mello viajava com regularidade para Curitiba para encontrar Rodrigues, apontado como seu "seguidor". O curitibano é dono de uma loja de informática na capital paranaense.
A PF investiga se a dupla trocou mensagens com Wellington Menezes de Oliveira, o atirador do Realengo, antes do massacre que matou 12 alunos, em abril de 2011. No site, mensagens afirmavam que a dupla se correspondeu com o atirador.
Eles podem responder por racismo, incitação à violência e publicação de material com conteúdo pedófilo.
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