Sem previsão de liberação, problema em Viracopos já afeta 25 mil
O Aeroporto de Viracopos, em Campinas (a 93 km de São Paulo), que está com a pista interditada para pousos e decolagens desde sábado (13) à noite, teve 430 voos cancelados até as 13h30 desta segunda-feira (15) --209 partidas e 221 chegadas.
Sem previsão de abertura, Viracopos acumula 400 voos cancelados
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Fechamento do aeroporto prejudica 15 mil passageiros
Ao todo, cerca de 25 mil passageiros foram prejudicados desde sábado, quando um avião cargueiro MD-11 da empresa Centurion Cargo teve um pneu estourado durante o pouso e ficou parado no meio da única pista.
Até as 14h desta segunda, ele ainda não havia sido retirado e não havia previsão para a liberação da pista.
No início da tarde, a Azul, que opera 85% dos voos, chegou a iniciar o check-in para três voos, mas teve de cancelar as operações novamente.
Segundo o diretor de comunicações da Azul, Gianfranco Beting, as autoridades aeroportuárias haviam sinalizado com a possibilidade de decolagens com meia pista. Por isso, às 12h, a companhia começou o check-in de três voos.
Reprodução/Globo News |
Saguão do aeroporto de Viracopos cheio após fechamento |
Às 13h, no entanto, a companhia foi informada de que não houve autorização para as partidas. Cerca de 300 passageiros já haviam embarcado e já estão sendo reorientados.
"A situação é dramática para todos e a Azul está com 15 aviões parados no aeroporto, então a capacidade para reação está comprometida", afirmou Beting.
Ainda segundo ele, não há vagas em hotéis nem ônibus e táxis suficientes para atender a demanda extraordinária.
Segundo ele, a situação deve ser normalizada durante a semana. A Azul interrompeu a venda de passagens para os próximos dias.
Nesta manhã, o movimento era tranquilo no aeroporto.
De acordo com a assessoria de imprensa, os passageiros estão recebendo opções como estadia em hotel, deslocamento por ônibus ou reacomodação em voos semelhantes de outras companhias em outros aeroportos.
A Infraero afirmou que a retirada do avião da pista é de responsabilidade da empresa Centurion, que deslocou um equipamento de São Paulo a Campinas para realinhar a aeronave.
Segundo a estatal, houve ranhuras superficiais na pista em razão do acidente, mas elas já foram reparadas. Assim que o avião for retirado, haverá uma limpeza no local e os voos serão liberados.
Alguns passageiros ainda não haviam definido o que fazer nesta manhã. A radialista Fernanda Cristina de Oliveira, 36, tenta voltar a Brasília com o pai, Pedro Paulo de Oliveira, 69.
"Viemos para um casamento e eu não tive tempo de ver notícias [sobre as condições do aeroporto], saímos de carro de Botucatu e agora não sei o que fazer", disse. "Meu pai não pode passar tanto tempo sentado, com certeza não vamos de ônibus para Brasília e não quero remarcar voo, quem me garante que sairá?"
O encarregado de solda Valter da Silva Filho, 32, tinha voo para Porto Alegre, mas agora aguarda um ônibus da Azul para ir até Ribeirão Preto e, de lá, voar para a capital gaúcha. "Com certeza, vou perder o dia de trabalho, sou líder de uma equipe e não sei como vão resolver a situação lá", afirmou.
A Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) e o Procon de Campinas mobilizaram equipes para acompanhar a situação e fiscalizar a prestação de assistência aos passageiros.
Pelas normas da agência, em caso de cancelamento de voo, é dever da empresa informar aos passageiros e, aos que comparecerem no embarque, assegurar assistência material. (MARÍLIA ROCHA)
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